O candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, afirmou neste domingo (31/08) que “o atual governo fracassou” e que “não vencerá as eleições”. Aécio alertou para o risco de recessão, que agrava o quadro econômico do país, e anunciou que, nos próximos dias, apresentará mais propostas de governo. O candidato participou do “Futebol entre Amigos”, evento organizado por atletas, artistas e intelectuais, no Rio de Janeiro.
Aécio responsabilizou o governo da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff pelo cenário econômico negativo. “O Brasil já vive hoje infelizmente um processo de recessão técnica”, afirmou.
O candidato acrescentou: “Não existe emprego, sobretudo, emprego de qualidade, quando não existe crescimento, e o crescimento deixou de acontecer na economia brasileira. Com isso, as próprias negociações salariais serão feitas em prejuízo do trabalhador. O Brasil precisa rapidamente encerrar esse ciclo de governo que fracassou, para iniciar um outro ciclo, de retomada do crescimento a partir da credibilidade da competência daqueles que vão assumir o governo”.
Competência e coerência
Aécio Neves reafirmou que o Brasil não é um país para novos experimentos. “O Brasil não comporta mais improviso. É muito importante, dada a gravidade da crise, que os brasileiros pensem, avaliem a história de cada um dos candidatos, aquilo que eles fizeram quando tiveram oportunidade de fazer”, ressaltou
O candidato destacou que, embora respeite as boas intenções de todos os candidatos e candidatas, não as considera suficientes. “O Brasil precisa de mais do que isso; precisa de um projeto que tenha começo, meio e fim. Estamos apresentando aos brasileiros um projeto coerente com a nossa história, com aquilo que nós pregamos ao longo de toda a nossa vida pública, exatamente essa nossa pregação que teve a objeção e a oposição do PT durante todos os últimos anos”, destacou Aécio.
O candidato lembrou que é preciso ter competência e coerência para administrar o país. “O Brasil tem desafios enormes pela frente e esses desafios têm que ser enfrentados por aqueles que mostraram no passado e mostram no presente competência e coerência com as suas posições”, afirmou.
Contradições
Questionado sobre o programa de governo da candidata à Presidência da República pelo PSB, Marina Silva, Aécio afirmou que há contradições nas propostas. Segundo ele, Marina precisa apresentar suas ideias, em especial, as relativas à política externa e distribuição de renda.
“Encontrei no programa do PSB a defesa das mesmas posições que nós defendemos historicamente do ponto de vista da macroeconomia, do ponto de vista da transformação do Bolsa Família em programa de Estado e na meritocracia no setor público”, destacou.
De acordo com Aécio, há um desencontro entre a prática dos integrantes do PSB e as propostas apresentadas pelo partido no programa de governo. O que, para ele, é a demonstração da ausência de coerência.
“Eu vejo na proposta do PSB um número muito grande de contradições em relação aquilo que se propõe hoje e aquilo que se praticou no passado, em todas as áreas. A evolução é importante, mas é preciso que se explique por que, em tão pouco tempo atrás, não tivemos o apoio dessas mesmas forças políticas para que o Brasil aprovasse a Lei de Responsabilidade Fiscal, para que defendêssemos o agronegócio como instrumento fundamental da nossa economia e da geração de empregos e de renda”, ressaltou o candidato.
Aécio lamentou o fato de que, no momento em que essas medidas foram implementadas pelo PSDB, no passado, os atuais integrantes do PSB não as apoiaram, mas agora mudam de posição. “Nenhum deles estava ao nosso lado para ajudar, nós tivemos a objeção do PT e de quadros do PT importantes, que naquele momento acharam que o Plano Real era uma fraude.”