O candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, participou, nesta quarta-feira (6/08), de sabatina da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), em Brasília. Acompanhado do candidato à Vice-Presidência, Aloysio Nunes, Aécio anunciou que uma das primeiras ações de seu governo será a criação de um superministério da Agricultura, que incluirá sob sua alçada atividades hoje desempenhadas pela pasta da Pesca.
“O superministério da Agricultura será decisivo na formulação das políticas de investimento em logística e infraestrutura. Vai discutir quais são os principais eixos de desenvolvimento, de investimento, que possam agregar competitividade a quem produz no Brasil. E com uma preocupação prioritária de fortalecer os investimentos nas hidrovias e nas ferrovias, o que não vem acontecendo nesse governo pela ausência de marcos regulatórios, que o governo não soube até aqui arbitrar”, disse.
Aos representantes das 27 federações de agricultura, entidades e sindicatos rurais presentes, Aécio reiterou a necessidade de construção de uma nova política agropecuária para o Brasil, que caminhará ao lado de um choque de infraestrutura.
“Sabemos hoje os entraves que a incapacidade do governo tem trazido à infraestrutura e à logística, ao crescimento da produção. Nós faremos um choque de infraestrutura no Brasil, atraindo com regras claras e definidas o capital privado para que possamos superar gargalos com os quais convivemos hoje”, afirmou o candidato.
Seguro rural
Um dos pontos lembrados por Aécio e mais aplaudidos pela plateia foi a crítica à atual legislação de crédito agrícola, definida por ele como “extremamente onerosa, custosa e atrasada”.
“Algo que salta aos olhos, e o governo trata como se não tivesse qualquer responsabilidade em relação a isso, apenas 9% da área plantada no Brasil têm seguro rural. O Brasil é a única potência agrícola no mundo que até hoje não teve capacidade de avançar nesse tema tão extraordinário”, pontuou.
“Precisamos ter metas de ampliação da cobertura do seguro rural no Brasil. Eu acho possível, com a participação do setor privado, nos moldes do que acontece, por exemplo, na Europa, que possamos no período de quatro anos chegar a ter em torno de 70% da área plantada no Brasil com seguro rural, que é absolutamente essencial para mudarmos o patamar do ponto de vista dos investimentos”, acrescentou.
Escoamento da produção
Aécio citou também como desafio específico do setor o aumento da capacidade de escoamento da produção.
“O Brasil tem urgentemente que estabelecer uma estratégia de aumento da nossa capacidade de armazenagem em pelo menos mais 50 milhões de toneladas pelos próximos quatro anos. Esse é um compromisso que assumirei com o setor, e vamos criar condições para que esses investimentos possam vir”, salientou.
Tributação
Para o candidato da Coligação Muda Brasil, falta ao setor agropecuário um ambiente de estabilidade macroeconômica e responsabilidade fiscal. Ele voltou a afirmar que uma das prioridades de seu governo será “declarar guerra ao Custo Brasil”.
“Isso é absolutamente essencial para resgatarmos a credibilidade e confiança perdida nesse governo. Por outro lado, é fundamental que tenhamos um ambiente com regras absolutamente claras, com os marcos regulatórios estabelecidos e cumpridos”, avaliou.
Aécio disse ainda que fará um governo marcado pela previsibilidade. “Não esperem planos mirabolantes e soluções do dia para a noite. Mas certamente sinalizações claras na direção daquilo que precisa ocorrer no Brasil.”