O candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, afirmou, neste sábado (20/09), que o PT considera as empresas públicas patrimônio do partido. Aécio lembrou os casos de corrupção envolvendo a Petrobras, os erros cometidos pelo IBGE e o caso de abuso político envolvendo os Correios.
“Essa visão patrimonialista do PT de considerar que as empresas públicas são seu patrimônio precisa ter um fim”, afirmou Aécio durante entrevista em Ipatinga (MG), onde fez a primeira de três carreatas na região do Vale do Aço. Acompanhado do candidato a governador Pimenta da Veiga e do candidato ao Senado Antonio Anastasia, Aécio também fez carreatas em Coronel Fabriciano e Timóteo.
Aécio cobrou o aprofundamento das investigações na Petrobras para que seja esclarecido o tamanho dos desvios que atingiram a maior empresa do Brasil, envolvendo um ministro do governo Dilma, governadores, senadores e deputados aliados da presidente.
“É preciso que as investigações se aprofundem porque o que fizeram com a nossa maior empresa pública é um crime de lesa-pátria. Não tem mais essa história de mal feito. É crime e crime tem que ser punido. Todos aqueles responsáveis pela condução, pela direção, pela governança da maior empresa pública têm sua parcela de responsabilidade”, afirmou o candidato.
Reportagem da Folha de S.Paulo revela que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que havia irregularidades em mais duas diretorias da estatal: Serviços e Internacional entre 2004 e 2012. A diretoria de Serviços era comandada por Renato Duque, indicado pelo PT e próximo ao tesoureiro do partido, João Vaccari Neto. A revista Veja afirma que Duque foi indicado pelo ex-ministro José Dirceu e, nas diretorias indicadas pelos petistas, o dinheiro da propina era arrecadado por Vaccari. A área internacional era comandada por Nestor Cerveró, que tinha apoio do PT e do PMDB.
IBGE
Aécio também criticou os erros na divulgação da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD) pelo IBGE, classificando o fato como “marca perversa do petismo no Brasil” que aparelhou as estatais. “O IBGE foi das instituições ainda que resistiu a partir de seus pesquisadores, de seus profissionais, a essa ânsia de poder do PT”, disse.
“Os dados positivos, que poderiam aí estar sendo comemorados por todos os brasileiros, ficam sob suspeita, ninguém acredita mais nos dados desse governo. Está na hora de tirarmos o PT do governo federal e não permitir que o PT, derrotado no governo federal, derrotado na maioria dos Estados, venha para Minas Gerais”, acrescentou Aécio Neves.
Correios
Aécio também atacou o abuso nos Correios, que foi usado ilegalmente para distribuir material de campanha da candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff. “A utilização privilegiada dos Correios, afrontando a lei eleitoral, para beneficiar a candidata oficial é, em primeiro lugar, crime de abuso de poder político e também de improbidade administrativo”, afirmou, citando as duas ações que a Coligação Muda Brasil entrará contra Dilma.
A primeira ação será uma representação por improbidade administrativa por ato ilícito e será apresentada na Procuradoria Geral da República do Distrito Federal, já que Dilma usou o poder público para agir contra os próprios regulamentos da estatal e beneficiar sua própria campanha, o que fere os princípios moralidade e impessoalidade.
A Coligação também acionará o Tribunal Superior Eleitoral com uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE). O argumento é que houve abuso de poder político, já que a estatal abriu uma exceção para a presidente da República e acabou privilegiando a petista em detrimento dos adversários, o que, no limite, tem poder de influenciar o resultado da eleição.