O candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, enfatizou, nesta terá-feira (16/09), a necessidade de o governo combater a corrupção e lamentou as denúncias de desvios de recursos e pagamento de propinas envolvendo ex-dirigentes da Petrobras e aliados da gestão da presidente Dilma Rousseff (PT). Ao participar do debate entre presidenciáveis promovido à noite pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), ele lembrou que a Polícia Federal indica a atuação de uma organização criminosa na estatal.
Ao ser perguntado sobre os escândalos na empresa petrolífera, Aécio fez referência à compra superfaturada da refinaria de Pasadena, nos EUA, durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003 a 2010) – quando Dilma era presidente do Conselho de Administração da estatal e ministra de Minas e Energia e, posteriormente, da Casa Civil. Aécio também citou as denúncias recentes reveladas pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa sobre o esquema de propinas. Costa está preso, acusado de participar de um esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef.
“Os brasileiros estão envergonhados, indignados com aquilo que vem acontecendo com a nossa mais importante empresa pública, submetida à sanha de um grupo político que, para se manter no poder, permitiu que um vale-tudo fosse feito [na Petrobras]. Eu, no nosso primeiro debate, disse à candidata oficial, atual presidente da República, que ela tinha ali uma oportunidade de se desculpar com os brasileiros pelo que havia acontecido com a nossa maior empresa, já que ela, como ministra de Minas e Energia, depois como chefe da Casa Civil, era presidente do conselho de administração da empresa. E, como presidente da República, sempre fez questão de mostrar, de forma muito clara, quem é que mandava naquela empresa”, disse Aécio.
O candidato da Coligação Muda Brasil acrescentou que, depois daquele debate, outras denúncias surgiram. “De lá para cá, uma outra gravíssima denúncia surgiu, que fez com que o Mensalão parecesse coisa pequena. E [há] uma denúncia feita pela Polícia Federal, que disse que existe uma organização criminosa atuando no seio da nossa maior empresa. A partir daí, um diretor, nomeado pelo governo do PT e confirmado pela atual presidente da República, disse, de forma muito clara, que durante todos esses últimos anos financiavam com propina, com participação, com parcela dos recursos das obras sobre sua alçada, a base de sustentação desse governo”, afirmou. E Aécio concluiu: “Não é possível que o Brasil continue a ser administrado com tanto descompromisso com a ética, com a decência, com os valores cristãos. A vida pública não é para ser exercida dessa forma”.