O candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, afirmou hoje (21/07) que o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia será uma das prioridades de seu governo. Segundo Aécio, a atual política externa brasileira, que prioriza o alinhamento ideológico e promove alianças apenas com países vizinhos, é responsável pelo atraso nas negociações, que se arrastam há quinze anos.
As afirmações foram feitas após reunião entre o candidato e o presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Durão Barroso, que durou cerca de uma hora. Aécio afirmou que o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia só deverá voltar para a agenda de discussões do país em 2015. Ao final do encontro, Aécio contou que, durante a conversa, os dois lamentaram o tempo que o Brasil vem perdendo para receber os benefícios econômicos da parceria com a União Europeia.
“Infelizmente, temos hoje uma política externa que prioriza o alinhamento ideológico em detrimento de parcerias comerciais que poderiam gerar mais renda, mais emprego, a inclusão das empresas brasileiras nas cadeias globais de produção. No momento em que tivermos um governo que não busque apenas aliança entre vizinhos, mas alianças que possam ajudar a desenvolver a nossa economia, o entendimento com a União Europeia vai avançar. Espero que isso possa ocorrer a partir de 2015”, disse.
Aécio afirmou ainda que está preocupado com o atraso nessas negociações principalmente porque, enquanto não se chega a um acordo com Mercosul, a União Europeia tem feito parcerias bilaterais com vários países e regiões. Ele destacou a recente associação com a Aliança do Pacífico, formada pelo bloco México, Colômbia, Peru e Chile, e com os Estados Unidos. “Tudo isso vai tirando espaço das negociações que poderiam beneficiar o Brasil”, destacou Aécio.
Tanto o candidato a presidente como Durão Barroso consideram fundamental o avanço dessas negociações para que se chegue logo a um acordo. “O ministro Durão Barroso é um homem de centro, é um homem do equilíbrio e tem sido, ao longo desses últimos dez anos, o ponto de convergência da União Europeia. Ele reitera a sua convicção da força do Euro, mas busca no limite dos seus esforços pessoais de alguma forma apressar, antecipar os entendimentos com a nossa região que ele considera extremamente salutar tanto para nós como para a União Europeia. Infelizmente, essa agenda ficou para 2015”, afirmou Aécio Neves.