Em entrevista exclusiva ao colunista Fernando Rodrigues, publicada na Folha de S. Paulo e no UOL, o presidente nacional do PSDB e pré-candidato o senador Aécio Neves, defende a redução do número de ministérios dos atuais 39 para 21 ou 22. Também é favorável à redefinição de função de algumas pastas. Para ele, o Ministério da Justiça deve ser associado ao “Segurança Pública” destinando-se ao combate ao crime.
“Hoje, o governo federal é criminosamente omisso no que diz respeito à segurança pública”, acusa.
Aos 54 anos, Aécio Neves se diz favorável à proposta, em discussão no Senado, de redução da maioridade penal para adolescentes de 16 a 18 anos que cometem crimes graves ou são reincidentes.
“Apoio a proposta do senador Aloysio Nunes [Ferreira, do PSDB de SP] que permite, se solicitado pelo Ministério Público ligado à criança e ao adolescente, ao juiz decretar, em casos gravíssimos, ou em reincidências de casos graves de jovens de mais de 16 anos, que possam responder pelo atual Código Penal”, disse o tucano.
Para o senador, é necessário trazer a inflação anual para o centro da meta, que é de 4,5%. Esse objetivo seria atingido gradualmente, até 2018.
“O centro da meta continua sendo 4,5% ao longo de quatro anos. [Depois], diminuição da banda [de tolerância], que hoje é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Acho possível reduzir para 1,5 ponto percentual até chegar, no final do mandato, em 1 ponto percentual”, disse o tucano.
Porém, Aécio Neves é contra uma lei para formalizar a independência do Banco Central. Promete submeter diretores de agências reguladoras ao escrutínio de um órgão externo.
“No primeiro momento, não acho necessário. Nosso governo, que não é intervencionista como o atual, é suficiente para garantir essa autonomia. Não me fecho a uma discussão de uma eventual autonomia em lei. Não acho que isso seja necessário”, disse o senador.
Aécio Neves, na entrevista, reitera que manterá o Programa Bolsa Família e a política de conceder reajustes acima da inflação para o salário mínimo.
Para o senador, as prioridades do futuro governo são claras: “A primeira delas é a reforma política. Com três pontos. A introdução da cláusula de desempenho. Um partido político para ter acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de televisão terá de atingir um percentual mínimo de votos para deputado federal: 3% no país inteiro e 2% em pelo menos nove Estados. Depois, voto distrital misto com lista partidária. E cinco anos de mandato para todos os cargos, sem reeleição, com coincidência de mandatos”.
Você está dando voz para o que diz o PT. É o que o PT diz: “Isso não é problema nosso”. E nós estamos aí com essa epidemia do crack matando gente todos os dias, esfacelando famílias, a criminalidade crescendo. Essa visão é equivocada. Hoje, o governo federal é criminosamente omisso no que diz respeito à segurança pública. Quero um ambiente novo onde haja capacidade de o governador saber a cada mês com quanto vai contar do governo federal.
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