O senador Aécio Neves fez um balanço nada animador sobre o ano de 2012 para o país. Segundo ele, enquanto o Judiciário – no julgamento histórico do Mensalão do PT – fez o Brasil dar um passo à frente em termos de fortalecimento das instituições públicas, o governo federal, com uma inoperância e uma gestão ineficiente, foi responsável por um retrocesso galopante.
A verdade é que o Brasil continua a sina de possuir um presidente da República com ampla maioria nas Casas Legislativas (Câmara dos Deputados e Senado Federal) sem que use essa prerrogativa para mudar o rumo do país. Foi assim nos dois mandatos do ex-presidente Lula e nestes dois anos do Governo Dilma Rousseff. E como bem lembrou o senador Aécio Neves: isso não foi aproveitado por Lula ou Dilma para colocarem em prática as reformas estruturantes que o Brasil aguarda há mais de uma década.
Ao contrário do que se esperava de Dilma, eleita sob o slogan da “gestora eficiente”, nenhuma mudança de comportamento administrativo foi sentida no governo federal. O que se viu foi uma política de intervencionismo no setor privado – vide a recente Medida Provisória 579 empurrada a fórceps no setor elétrico – e de medidas paliativas para conter um processo de desindustrialização, como é o caso das improvisadas reduções do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para alguns segmentos produtivos.
Ao invés de propor uma ampla reforma tributária e levá-la para o debate no Congresso Nacional, onde até mesmo a oposição – como o senador Aécio Neves – estaria disposta a aprová-la, o governo federal viveu o ano de 2012 reduzindo impostos compartilhados com estados e municípios para apagar “focos de incêndio” na economia nacional.
2012 foi o ano de pior desempenho da economia brasileira no século XXI. Não temos o que comemorar e tampouco como justificar esse fracasso. Dizer que isso foi reflexo da macroeconomia é uma falácia. A realidade é que o país poderia ter dado três passos à frente do resto do mundo se o governo federal tivesse eficiência na gestão, como bem constatou o senador Aécio Neves.
