Neste sábado, 18 de maio, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi eleito presidente nacional do PSDB, em Convenção realizada em Brasília. O tucano estará à frente do partido pelos próximos dois anos.
Lideranças e militantes de todos os Estados estiveram presentes. Os tucanos de SP levaram grande comitiva. Vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais paulistas prestigiaram o evento. Entre os Líderes paulistas, estiveram o presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador Geraldo Alckmin, o ex-governador José Serra, o ex-governador Alberto Goldman e o senador Aloysio Nunes.
Aécio, em seu discurso, fez agradecimentos aos militantes e duras críticas ao governo federal. “Assumo um partido unido como nunca, e essa união tem nome e sobrenome: Sérgio Guerra. Companheiro, leal e dedicado às causas da Social Democracia”, disse Aécio.
“Precisamos devolver ao Brasil um governo sério, honrado e eficiente. Tenho orgulho de nossa Trajetória, de nossos companheiros. Somos o partido da estabilidade econômica, das políticas de transferência de renda , da Lei de Responsabilidade Fiscal. Somos, sobretudo, o partido da ética. O partido que compreende que política e ética podem e devem caminhar juntas”, ressaltou o presidente do PSDB.
Sobre os desafios à frente do partido, Aécio Neves disse que é necessário viajar o país. “Não será fácil nossa trajetória, não me iludo, mas está longe de ser impossível. Vamos, sim, com a generosidade que temos e demonstramos, caminhar de cabeça erguida por este país, para dizer que o PSDB sempre esteve do lado certo, do lado da democracia”, disse. “Nós não temos o que temer, pois estamos do lado certo”, completou.
“Aécio Cunha, meu pai que não mais está aqui, me ensinou, desde cedo, que ética e política devem ser como irmãs siamesas. Sinto nos meus ombros a mão sempre carinhosa de meu avô Tancredo. Estamos aqui para construir um tempo novo para o Brasil. Nem tudo está perdido, nos esperem. Vamos escrever uma página de um Brasil mais justo e solidário”, emocionou-se Aécio ao concluir seu discurso.
O deputado Sérgio Guerra, que comandou o PSDB nacional pelos últimos seis anos, fez um discurso de agradecimento. “Nós do partido devemos imensamente a FHC. Nestes anos que estive a frente do partido, eu devo pela ajuda de muita gente, mas em especial a do presidente FHC. Não é fácil fazer oposição a esta gente do PT, que não respeita a democracia. Eles não têm caminho nem trilha, têm objetivos de poder e faz o uso deste poder da maneira mais precária. Eles usam todos os meios – os legais e os ilegais”, ressaltou Guerra.
FHC, Alckmin e Serra
FHC, Geraldo Alckmin e José Serra fizeram discursos que entusiasmaram a todos os presentes. Eles fizeram um resgate da história do PSDB e críticas ao governo federal.
“O PT jogou a própria história na lata do lixo”, disse FHC. “O PSDB abre os braços com rumos, sabendo para onde vai. Sem convicção não se faz nada. E o PSDB tem convicção”, continuou o ex-presidente.
“Nós vamos ganhar porque não temos preguiça, vamos ter que andar. Como diz Alckmin, temos que amassar barro com os pés. Não pensem vocês que eu ‘cheguei lá’ simplesmente lendo livro na escola, eu andei este país todo”, continuou. Sobre a atuação da presidente Dilma Rousseff, FHC disse que “o ‘Ministério de Desinformação e Propaganda’ é o principal ministério deste atual governo. O PSDB pode fazer mais e pode fazer melhor que eles”, ressaltou.
O ex-governador José Serra também apontou os defeitos do governo federal em seu discurso. “No governo Dilma as crises entram de um tamanho e saem muito maiores. O país é que está pagando por esta inépcia”, disse. “Lutarei como sempre, com clareza, com lealdade, sem ambiguidades ou palavras de sentido impreciso. Porque esse é meu estilo”, continuou Serra.
“Com os olhos em 2014 e no futuro do Brasil, eu vou continuar a atuar em favor da unidade das oposições e de quantos entendem que é chegada a hora de dar um basta à incompetência orgulhosa”, ressaltou.
O governador Geraldo Alckmin disse que “esta é a festa da unidade”. “Esta Convenção, talvez a maior dos nossos 25 anos, mostra que há diferenças entre nós e nossos adversários. Eles são da inflação; nós somos do Real. Eles são o que cobram água e esgoto; nós somos os que levam água e saneamento para o povo”, disse o governador.
O Presidente
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) tem mais de 30 anos de vida pública. Aos 53 anos, natural de Belo Horizonte, o tucano, graduado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, vem de uma família com tradição na política.
É filho do ex-deputado federal Aécio Ferreira da Cunha, neto do ex-presidente da República Tancredo Neves e do deputado federal Tristão da Cunha.
Incentivado pelo avô Tancredo Neves, participou da campanha ao governo de Minas, em 1981.
Dois anos mais tarde, teve forte atuação no Movimento das Diretas Já, ao lado de grandes líderes da oposição, à época: Ulysses Guimarães, Teotônio Vilela, Franco Montoro, Mário Covas e Leonel Brizola.
Foi deputado federal por quatro mandatos (1987-1991; 1991-1995; 1994-1998; e 1998-2002) e presidente da Câmara dos Deputados.
Em 1986, deputado federal mais votado de Minas Gerais para a Assembleia Nacional Constituinte, apresentou 46 emendas, com destaque para o direito de voto aos 16 anos.
Sob a presidência de Aécio Neves, entre 2001 e 2002, a Câmara Federal deu mais agilidade e transparência ao Legislativo, aproximando a sociedade do parlamento brasileiro.
Destacam-se, entre outras iniciativas do período em que o tucano esteve à frente da Casa, a criação da Comissão de Legislação Participativa e da Ouvidoria Parlamentar, o pregão eletrônico, a reformulação do conceito de imunidade parlamentar – possibilitando o julgamento de deputados por crimes comuns, o direito à licença-maternidade e o salário-maternidade às mães de crianças adotadas.