“Eduardo transbordava alegria. Permitia que a sua responsabilidade convivesse com algo que inspirava e inspira aqueles que de alguma forma tiveram o privilégio de conviver com ele”, diz Aécio sobre o ex-governador que faria hoje 50 anos.
Com a presença de familiares, amigos e políticos de diferentes partidos, o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, participou nesta segunda-feira (10), em Recife, de homenagem ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que completaria 50 anos hoje. Ao lado de Renata Campos, viúva de Eduardo, e dos filhos Maria Eduarda, João, José, Pedro e Miguel, e da mãe de Eduardo, a ministra Ana Arraes, e do irmão Antônio, Aécio falou sobre sua admiração pelo ex-governador pernambucano e das influências que eles receberam de seus avôs, Tancredo Neves e Miguel Arraes.
“Eduardo e eu tivemos a nossa trajetória iluminada por duas árvores, e talvez de alguma forma também protegida pela sombra dessas mesmas árvores, muito frondosas: Miguel Arraes e Tancredo (Neves). Ao contrário do que se pudesse significar para alguns como alguma cobrança excessiva em relação aos nossos caminhos, e nós falávamos muito sobre isso, isso foi sempre inspiração, foi sempre energia”, destacou Aécio Neves.
O presidente do PSDB destacou a trajetória de Eduardo Campos na vida pública. “Eduardo, um homem que não se encantava pela liturgia do cargo e que sabia conviver com a responsabilidade das funções que executou e, ao mesmo tempo, com uma enorme alegria. Eduardo transbordava alegria. Permitia que a sua responsabilidade convivesse com algo que inspirava e inspira aqueles que de alguma forma tiveram o privilégio de conviver com ele”, afirmou.
A homenagem ao ex-governador que faleceu ano passado, num acidente aéreo, durante a disputa pela Presidência da República, reuniu em Recife os governadores de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), e da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB); o presidente do PSB, Carlos Siqueira, do PPS, deputado Roberto Freire, o prefeito de Recife, Geraldo Júlio, a ex-candidata a presidente Marina Silva, além do presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, o prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda, do ministro da Defesa, Jaques Wagner, ex-governadores, senadores e deputados.
Em seu pronunciamento, Aécio Neves lamentou a falta que Campos faz nos quadros da política nacional.
“Se em qualquer tempo, em qualquer país, homens das qualidades, da experiência e da responsabilidade de Eduardo fazem falta, hoje, no momento pelo qual o Brasil passa, e todos nós nos preocupamos cada dia mais com o futuro que está por vir, a ausência de Eduardo se torna ainda maior, quase que insubstituível. Não tenho dúvida de que a palavra dele não seria muito diferente da de muitos que aqui hoje falaram. De cobranças em relação àquilo que deve ser cobrado. De denúncias em relação àquilo que deve ser denunciado, até porque é pedagógico. Mas, acima de tudo, de absoluta responsabilidade para com o Brasil”, disse.
Aécio Neves também agradeceu a Marina Silva , vice de Campos na chapa que disputava as eleições presidenciais, pelo apoio recebido no 2o. turno da campanha.
“Eu guardo com muito carinho as suas palavras, no momento da campanha, de dor imensa, você (Marina), me permitiu ter o privilégio e a responsabilidade de dar continuidade àquele sonho que hoje é de todos nós. A política, se ela traz muitas frustrações, e elas são permanentes, a política também nos permite momentos e situações que talvez nenhuma outra atividade permitisse viver. Conhecer pessoas de gerações, de regiões, de atividades diferentes. E foi a política que me permitiu o privilégio de conviver com Eduardo e de lhe conhecer, Marina, um pouco mais por dentro da sua alma e dizer que alegria: que honra o Brasil ter uma mulher da sua fibra, da sua qualidade intelectual e do seu imensurável valor”, destacou Aécio.