Em debate realizado nesta terça-feira (21/10) na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, a coordenadora de educação no programa de governo de Aécio Neves, Maria Helena Guimarães Castro, garantiu que o Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Educação para Todos (ProUni), que distribui bolsas para alunos carentes em universidades particulares, serão mantidos se o candidato da Coligação Muda Brasil for eleito no próximo domingo.
“Do Fies e ProUni é todo mundo a favor. Ninguém pode ser contra financiamento para ensino superior”, afirmou a socióloga durante a sabatina que contou também com a presença do ministro da Educação, José Henrique Paim.
Segundo a socióloga, as prioridades do Ministério da Educação de Aécio Neves serão ações voltadas para os brasileiros mais carentes. Por mais de duas horas, Maria Helena e Paim responderam a perguntas dos professores e alunos presentes, além de questões feitas por um grupo de brasileiros que estuda na universidade norte-americana de Harvard.
Maria Helena criticou o fato de a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, não ter apresentado um programa de governo. Para ela, os governos petistas só puderam avançar em programas de educação porque a economia foi estabilizada na gestão tucana de Fernando Henrique Cardoso que criou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), o antecessor do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Qualidade
Para a especialista, o desafio da educação é melhorar a qualidade do ensino em todos os níveis, da pré-escola à pós-graduação. Essa meta depende, no entanto, do investimento na formação do professor e na melhoria do salário inicial da carreira dos docentes de todo o país.
“O Ministério da Educação tem a obrigação de coordenar a formação dos professores. Oitenta e cinco por cento dos professores brasileiros trabalham em escolas públicas e são formados por escolas particulares financiadas pelo governo”, afirmou Maria Helena.
A coordenadora defendeu ainda a criação de um fundo de apoio a projetos inovadores de formação de professores e a criação de cursos em período integral para preparação de novos docentes, que receberiam bolsas para se dedicar exclusivamente aos estudos. A ideia é que o professor fique o dia inteiro na universidade, para ter mais condições de uma boa formação.
Maria Helena disse que a Nova Escola Brasileira proposta por Aécio Neves prevê ainda a flexibilização do currículo do Ensino Médio com a redução de matérias obrigatórias e o aprimoramento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que deixaria de acontecer apenas uma vez por ano. Português e matemática seriam as matérias obrigatórias na prova.