O candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, comprometeu-se, nesta quarta-feira (20/08), em São Paulo, a ampliar os programas de saúde destinados à família. Segundo ele, administrar é “procurar experiências que deram certo”. Ao criticar a defasagem nos valores pagos com base na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), Aécio afirmou que se empenhará para reajustá-los.
Aécio conheceu uma das carretas do programa Mulheres de Peito, que se destina à prevenção ao câncer de mama, iniciativa do Governo de São Paulo. Aécio estava acompanhado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que disputa a reeleição, o candidato a vice, Aloysio Nunes, e o secretário de Saúde de São Paulo, David Uip.
“Mulheres de Peito é algo que precisamos levar para todo o Brasil. Hoje morrem, em todas as regiões do Brasil, cerca de 10 mil mulheres de câncer de mama, e essa é uma doença em que o diagnóstico faz toda a diferença”, destacou Aécio.
O candidato lembrou que se o exame de mamografia, que detecta problemas na mama, se feito com regularidade, conforme recomenda o programa, aumenta as possibilidades de prevenção e cura do câncer.
“No Brasil, pelo menos 50% dos nossos municípios não têm sequer um mamógrafo [aparelho para realizar o exame]. O governo federal, a partir dessa experiência do governador Geraldo Alckmin, vai buscar levar a oportunidade desses exames para todas as regiões do Brasil, e a partir do diagnóstico, se houver alguma suspeita, o encaminhamento para o tratamento, como ocorre em São Paulo”, afirmou o candidato.
Iniciado em dezembro de 2013, o programa Mulheres de Peito tem quatro carretas itinerantes que viajam por todo o Estado, ficando 20 dias em cada lugar, facilitando o acesso a serviços de mamografia pelo SUS. Cada carreta tem capacidade para atender 50 mulheres por dia. Desde seu lançamento, o Mulheres de Peito já possibilitou a realização de cerca de 20 mil exames gratuitamente.
Mais Saúde
Aécio destacou que são as pequenas iniciativas, além da boa aplicação do dinheiro público, que estão em falta na saúde brasileira. Ele se comprometeu a ampliar o programa Saúde da Família, implantado no país em 1994, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
“Temos que ampliar, especialmente nas regiões menos assistidas, os programas de Saúde da Família. Dobrei em Minas Gerais, durante meu mandato, as possibilidades da saúde da família chegar à porta das pessoas. Isso deixou de ser prioridade ao longo do governo do PT. A saúde preventiva se dá em iniciativas como essa do governador Geraldo Alckmin e com a ampliação do programa Saúde da Família, que se mostrou um instrumento muito valioso para diminuir o custo da saúde na sua etapa final”, avaliou.
SUS
Ao ser questionado sobre a defasagem da tabela do SUS, Aécio afirmou que, no Brasil, a saúde pública não melhorou ao longo dos últimos anos pela “incapacidade que o governo federal teve de apoiar e tomar iniciativas”.
“Vamos enfrentar essa questão com o aumento do financiamento, a partir de proposta que está sendo votada no Senado Federal. É necessário que a tabela seja corrigida. A partir do momento em que você tenha prioridades claras, e saúde no nosso governo será uma prioridade, é possível sim”, ressaltou o candidato à Presidência da República.
Aécio criticou o baixo volume de investimentos que o governo federal tem feito em saúde nos últimos anos. Ele destacou que, na gestão petista, 54% de todos os investimentos em saúde eram financiados pela União. Hoje, o índice é de 45%.
“Estados e municípios são obrigados a pagar essa diferença. É algo ilógico. Os que menos têm são levados a cada vez gastar mais com saúde. Não há hoje um município que gaste menos de 22%, 25% da sua receita com saúde, quando o piso constitucional é de 15%.Temos que ter algo que falta no Brasil hoje: previsibilidade. Você não vai corrigir toda a defasagem do dia para a noite, mas progressivamente”, afirmou o candidato à Presidência da República.
Caminhada
Ao lado de Alckmin, Aécio fez uma caminhada pelo Largo da Concórdia, no bairro do Brás, em São Paulo. Acompanhado por simpatizantes, o candidato cumprimentou a todos por quem passou e posou para selfies.
A diarista Marinez Fidelis, de 54 anos, disse que o momento é de “mudança”. “Temos que mudar esse governo que está aí. Vamos colocar alguém para fazer diferente”, opinou. Aécio foi então recebido no Lojão do Brás pelo proprietário, o Seu Mimi. Lá, pararam para um lanche, esfirras e suco de laranja.