O candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, reafirmou o compromisso de reajustar a tabela de repasses do SUS (Sistema Único de Saúde) aos Estados e a hospitais conveniados, como parte de seu plano que vai garantir qualidade ao atendimento público na área de saúde. No encontro com lideranças políticas e simpatizantes em Ribeirão Preto (SP), neste sábado (30/08), o candidato ressaltou ainda que está entre as suas prioridades a criação de clínicas de especialidades e o aumento dos recursos financeiros da União para o setor de saúde, inclusive com forte participação do BNDES.
“O que nós queremos é requalificar o atendimento em saúde pública no Brasil com mais recursos, mas também com mais gestão, como fiz em Minas Gerais. Quero reafirmar esse compromisso de levar a saúde mais próxima de onde as pessoas vivem, com mais qualidade, com mais gestão e com maiores investimentos”, disse Aécio.
Aécio afirmou que o reajuste da tabela do SUS será feito de forma escalonada a partir do primeiro ano de governo. Já a criação das clínicas de especialidades médicas, disse ele, vai superar um dos principais gargalos que hoje dificultam o atendimento à saúde pública.
“Nessas clínicas, o cidadão encaminhado, por exemplo, pelo Programa Saúde da Família ou pelo atendimento primário vai ser atendido por um especialista, vai fazer no mesmo espaço físico os exames necessários e já vai sair dali com os medicamentos”, ressaltou.
O governo de Aécio também vai investir na formação dos profissionais que darão o atendimento à população e vai implantar desde o primeiro ano de gestão a carreira nacional de médico. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vai ser uma das ferramentas do governo para a melhoria da área de saúde. “Vamos fazer com que o BNDES tenha o seu “S” aumentado. O BNDES vai financiar a instalação de consultórios de especialidades para médicos recém-formados, que pagarão ao BNDES com atendimentos na rede pública”, afirmou.
O candidato destacou que uma parte dos atendimentos dessas clínicas de recém-formados – instaladas em regiões definidas pelo Ministério da Saúde, sempre priorizando as áreas de maior carência – será gratuita, beneficiando diretamente os pacientes do SUS.
“Será a forma de esses médicos se instalarem nas regiões que mais necessitam de atendimento e é a forma de eles pagarem ao BNDES. No nosso governo o S Social do BNDES será muito maior do que é hoje”, afirmou Aécio. “Infelizmente o governo federal, ano a ano, diminuiu a sua participação no financiamento [da saúde]. Vamos garantir uma participação maior da União no financiamento da saúde pública.”
Em Ribeirão Preto, Aécio, Aloysio Nunes, vice-presidente na chapa da Coligação Muda Brasil, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que disputa a reeleição, foram recebidos por lideranças políticas no comitê eleitoral do partido. Participaram do encontro o deputado federal Duarte Nogueira (PSDB) e o deputado estadual Welson Gasparini (PSDB), além de militantes e simpatizantes que lotaram a parte externa do comitê. A chegada do candidato foi saudada por uma queima de fogos e em seguida houve um ato político.
Programa original
Questionado sobre o programa de governo lançado pela candidata presidencial do PSB, Marina Silva, Aécio reiterou a confiança na proposta que vem defendendo desde o início da campanha. “O programa da candidata Marina, a trinta dias da eleição, é a maior homenagem que nós poderíamos receber neste momento, porque, na verdade, ela consagra as teses que nós defendemos ao longo da nossa existência”, afirmou.
Aécio lamentou somente a demora da candidata em aceitar planos e propostas de governo que o PSDB já aplica com êxito. “Lamento apenas que essa conversão, do ponto de vista econômico, da gestão, não tenha vindo um pouco antes, quando, por exemplo, ela [Marina] militava dentro do PT, e o PT combateu – e combateu ferozmente – a Lei de Responsabilidade Fiscal, o tripé macroeconômico, o Plano Real. Fico feliz de ver que ela adota práticas que nós já executamos em Minas Gerais”, afirmou.
Segundo o candidato, Marina também demonstra ter se rendido à necessidade de o governo estimular o agronegócio e atuar como parceiro, por exemplo, do etanol. “Portanto, entre o [programa de governo] original e aquele que se apresenta agora, talvez com uma marca um pouco genérica, eu fico com o original. Tenho muita confiança de que, no momento da decisão, vai prevalecer a razão, nós vamos vencer as eleições. Não só para tirar o PT do governo, mas para iniciar um novo ciclo virtuoso de crescimento, de desenvolvimento social do Brasil”, afirmou.
Aécio afirmou que o atual governo fracassou na condução do país. “A atual presidente da República perderá as eleições porque levou o país à recessão, levou o país à inflação, que novamente está atormentando a vida dos trabalhadores, paralisou as principais obras estruturantes e não permitiu que os nossos indicadores sociais melhorassem”, ressaltou.