O ajuste fiscal proposto pela presidente Dilma Rousseff na forma da Medida Provisória 665/14 é uma facada nas costas dos trabalhadores, afirmou o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP). Ele subiu à tribuna nesta quarta-feira (6) para alertar a população sobre a tentativa da gestão petista de repassar aos brasileiros a conta do prejuízo provocado pela péssima administração federal.
“Por que precisamos de um ajuste? Porque Dilma não diminui os ministérios, não corta os cargos em comissão e agora quer dividir o prejuízo com os trabalhadores. O PT quebrou o país”, disse o tucano. Sampaio lembrou a promessa da petista durante a campanha eleitoral de 2014: ela não mexeria nos direitos dos trabalhadores nem que a vaca tossisse. “A expressão é forte porque indica o estelionato eleitoral de forma veemente. Ela quis enganar mesmo”, frisou o parlamentar. O Partido dos Trabalhadores chegou a espalhar, via redes sociais, a imagem de uma vaquinha reforçando a mentira da candidata.
Poucas semanas depois de eleita, Dilma publica a polêmica MP. Envergonhada, a presidente escolheu o dia 30 de dezembro, no meio do recesso parlamentar e das férias de muitos brasileiros, para mostrar suas garras. Em 1º de maio, no Dia do Trabalhador, mais uma vez Dilma se escondeu e deixou de fazer o tradicional pronunciamento aos brasileiros. Nem no horário político do PT ela apareceu.
“Qual dirigente de um país perde o horário do seu partido para falar de suas realizações? Não sei se o PT tem vergonha dela, ou se ela é que tem vergonha dos trabalhadores”, lamentou o líder. A petista colocou Lula para falar em nome dela, mas não adiantou. O Brasil inteiro ouviu o panelaço que tomou conta das ruas e dos prédios de Norte a Sul.
“A presidente some do pronunciamento, põe Lula para dizer que defende dos trabalhadores, mas quer enfiar goela abaixo do PT e do PMDB um enorme desgaste com os trabalhadores”, explicou. “Quero ver a cara de pau dos petistas em defender essa MP”, completou.
Acesso a direitos é dificultado por MP
A polêmica MP faz parte do ajuste fiscal do governo federal. Segundo o texto aprovado em comissão mista, a carência para o primeiro pedido de seguro-desemprego é de 12 meses de trabalho nos 18 meses anteriores à demissão. No segundo pedido, essa carência cai para 9 meses; e nos demais, para seis meses ininterruptos de trabalho.
O valor do abono seguirá a mesma regra do décimo terceiro, ou seja, só será pago integralmente a quem trabalhar o ano inteiro. Se trabalhou só cinco meses, por exemplo, receberá apenas 5/12 do abono.
Quanto ao seguro-defeso, o texto prevê prazo de um ano para a concessão da carteira de pescador artesanal. O benefício passa a ser concedido pela Previdência Social e não mais pelo Ministério do Trabalho.