Início Destaques Alckmin anuncia mudanças solicitadas pela comunidade LGBT no registro de B.O.

Alckmin anuncia mudanças solicitadas pela comunidade LGBT no registro de B.O.

Serão implantados novos campos no boletim de ocorrência para inserção do nome social e da motivação do crime, caso seja decorrente da orientação sexual ou identidade de gênero da vítima

O Governador do Estado de São Paulo, durante  evento Comemorativo aos 14 Anos da Lei 10.948/2001 e Anúncio de Reformulações do RDO  para Atendimento ao Público LGBT . Data: 05/11/2015. Local: São Paulo/SP.  Foto: Ciete Silvério/A2img
O Governador do Estado de São Paulo, durante evento Comemorativo aos 14 Anos da Lei 10.948/2001 e Anúncio de Reformulações do RDO para Atendimento ao Público LGBT . Data: 05/11/2015. Local: São Paulo/SP.
Foto: Ciete Silvério/A2img

O governador Geraldo Alckmin e o secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, anunciaram, na manhã desta quinta-feira, 5, mudanças no boletim de ocorrência. O novo modelo foi apresentado na solenidade em comemoração aos 14 anos da Lei Estadual Anti-homofobia (nº 10.948/01), sancionada por Alckmin em 5/11/2001. O relatório final do Grupo de Trabalho (GT) sobre segurança pública e diversidade também foi apresentado durante o evento.

Foram criados novos espaços no sistema de registro de boletins de ocorrência (B.O.), para declaração facultativa do nome social, orientação sexual, identidade de gênero e motivo presumido de discriminação e violência motivada por orientação sexual e identidade de gênero. A mudança também valerá para o B.O. eletrônico, feito através da Delegacia Eletrônica. A medida atende um pedido da comunidade LGBT e pretende contribuir com o esclarecimento de crimes homofóbicos. “A partir desse encontro, o registro de ocorrência da Polícia Civil já passa a ter o novo campo para o nome social e outro para ser colocado o motivo do delito, caso seja em decorrência de discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero”, explicou Alckmin. “É um passo importante na questão do respeito à diversidade”, disse.

São Paulo foi o primeiro Estado do país que, ao promulgar a Lei Estadual 10.948/2001, criminalizou todo tipo de homofobia. Quando titular da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, em janeiro de 2002, o secretário Alexandre de Moraes rapidamente regulamentou a lei estadual. “Foi uma lei pioneira no país contra a intolerância, a homofobia e a transfobia”, acrescentou Alckmin.

Em setembro de 2013, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) criou um Grupo de Trabalho para desenvolver ações destinadas ao aprimoramento das políticas públicas estaduais referentes à diversidade sexual, no âmbito da SSP. Após diversas discussões, o grupo apresentou um relatório com 14 propostas, uma delas em relação às mudanças do B.O.

“São Paulo foi pioneiro em realizar o Plano Estadual de Enfrentamento à Homofobia, Transfobia e Promoção da Cidadania. Foi o primeiro a implantar um ambulatório de saúde integral para travestis e transexuais. No âmbito institucional, criamos a Coordenação de Politicas para a Diversidade Sexual, o Conselho dos Direitos da População LGBT e a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância”, relembrou o governador.

Outra proposta do relatório está relacionada aos cursos de formação dos policiais civis e militares do Estado, que terão a disciplina de Direitos Humanos ampliada para abordar a diversidade sexual. As aulas serão obrigatórias e contarão com palestras realizadas por militantes LGBT.

Entre outras ações, a Secretaria da Segurança Pública deverá desenvolver pesquisas, a partir de seus bancos de dados, para consolidar informações e estatísticas específicas relacionadas à população LGBT e a crimes resultantes de discriminações homofóbicas.

“A diversidade está no DNA de São Paulo. Uma terra que recebeu gente dos quatro cantos do país e do mundo. Essa miscigenação é característica do nosso Estado, por isso temos dever de liderar estas conquistas que dizem respeito a toda a sociedade. A injustiça cometida contra uma pessoa é uma ameaça a toda a sociedade”, concluiu o governador Geraldo Alckmin.

Grupo de Trabalho

O GT sobre segurança pública e diversidade foi instituído por meio da Resolução SSP 146, de 26 de setembro de 2013. O grupo é constituído por membros da SSP, Polícia Civil, Polícia Militar, Casa Civil, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), militância LGBT, Defensoria Pública e Ministério Público.

Decradi

A Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) foi criada por meio do decreto 50.594, de 23 de março de 2006, com a finalidade de reprimir e analisar os delitos de intolerância de um grupo em relação a outra pessoa ou grupo caracterizados por convicções ideológicas, sexuais, religiosas, raciais, culturais e étnicas.

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