O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, encerrou ontem a convenção do partido com um discurso em que pregou a continuidade da gestão tucana no estado e a união do partido e das legendas aliadas para a eleição do candidato à Presidência, José Serra. Vamos levar Serra à Presidência porque ele sabe o que fazer. E ele quer fazer. Vamos levar Serra à Presidência porque ele anda com as próprias pernas, disse Geraldo Alckmin.
O ex-governador de São Paulo também explicou aos cerca de 10 mil militantes tucanos que lotaram o estacionamento da Assembléia Legislativa, no Ibirapuera, por que deseja voltar ao Palácio dos Bandeirantes. O povo de São Paulo conhece quem trabalha e quem realiza. O PSDB foi consagrado nas urnas em quatro eleições consecutivas para o governo do estado. E sempre honrou a confiança dos brasileiros de São Paulo. Já tivemos a responsabilidade de conduzir nosso estado, por isso sabemos o que deve ser feito, afirmou Alckmin.
Cada tucano que assume o governo inova, amplia, avança. Esse é o segredo dos nossos governos. Por isso o crescimento econômico e a redução da pobreza e da desigualdade continuarão sendo os nossos principais objetivos, arrematou Alckmin, que lidera as pesquisas de intenção de voto e estaria eleito no primeiro turno, se as eleições fossem realizadas no atual cenário, de acordo com o instituto Datafolha.
José Serra também esteve presente na Assembléia e fez o seu primeiro discurso já na condição de candidato à Presidência, após a convenção nacional do partido, realizada ontem, em Salvador. Serra elogiou os candidatos ao Senado, lembrando que a eleição para as duas vagas será difícil e que o papel dos senadores é representar o seu Estado. Para Serra, os dois nomes Aloysio e Quércia são excelentes para representar São Paulo no Senado. O presidenciável reservou mais tempo para defender a importância da eleição de Alckmin para o Palácio dos Bandeirantes e a continuidade dos 16 anos de hegemonia tucana em São Paulo. Serra também defendeu o fortalecimento dos municípios. Aqui no nosso estado os municípios nunca viveram uma situação de tanta cooperação com o governo estadual, afirmou, para em seguida encerrar sua fala com um apelo e agradecimento à militância que lotou o estacionamento da Alesp.
Logo antes de Serra, discursou o governador de São Paulo, Alberto Goldman, que assumiu o cargo depois que Serra deixou o governo para concorrer à presidência, no final de março. Goldman fez um balanço dos méritos do governo tucano nos últimos anos e ressaltou as virtudes éticas do PSDB no governo. Neste estado se faz política com decência, com coerência e com respeito à ética e à moral. Neste estado não se compram deputados, neste estado não se compra partido político, não se compram sindicatos, não se compram movimentos sociais, afirmou.
Resultados
A convenção estadual do PSDB paulista começou às 9h e terminou pouco depois das 13h30. Além da homologação da chapa majoritária, que terá Guilherme Afif Domingos (DEM) como candidato a vice-governador, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) e o ex-governador Orestes Quércia (PMDB) como candidatos às duas vagas em disputa no Senado Federal, a convenção oficializou também os 140 candidatos do PSDB à Câmara dos Deputados e os 188 nomes que disputarão as vagas na Assembléia Legislativa. Ao mesmo tempo, em outros locais na Assembléia, DEM, PPS, PMDB e PSC realizaram suas convenções estaduais, sacramentando a aliança, que contará ainda com PHS e PMN.
O presidente estadual do PSDB, deputado Mendes Thame, ressaltou, em seu discurso, o caráter da aliança. Segundo ele, política é a arte de agir em conjunto, daí a parceria com os Democratas, com o PMDB, PPS, PSC, PHS e PMN. Nossa unidade também significa coligação, em nível estadual, com o PMDB de Orestes Quércia, indicado como o segundo nome a concorrer ao Senado em nossa chapa. Significa coligação com o PPS, de Roberto Freire e David Zaia, aliados de todas as horas; com o PSC de Régis de Oliveira, com o PHS de Nelita Rocha e Tinha di Ferreira; e com o PMN de Telma dos Santos, explicou o líder tucano. A festa de congraçamento da qual hoje participamos também extrapola os limites do Estado de São Paulo. Faz parte de uma estratégia maior que elegerá José Serra presidente da República, complementou.
Lideranças dos partidos coligados na chapa encabeçada por Alckmin falaram no comício que encerrou as convenções. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, afirmou que o DEM está honrado em fazer parte da composição e se mostrou confiante na vitória de Alckmin e Serra nas urnas em outubro. O ex-presidente do Democratas Jorge Bornhausen também marcou presença e esteve no palanque para trazer o apoio do partido a Alckmin. Guilherme Afif Domingos, candidato a vice-governador, destacou a importância da continuidade das sucessivas gestões do PSDB frente ao governo de São Paulo e lembrou que além das eleições para os cargos Executivos, é importante eleger em 2010 bancadas que sustentem os governos de Alckmin e Serra nos legislativos estadual e federal. Afif prometeu ainda carregar a bandeira da candidatura de Serra ao longo da campanha estadual.
O candidato ao Senado Orestes Quércia (PMDB) também ressaltou a importância da unidade da aliança e criticou o governo federal, com quem seu partido se alinhou nacionalmente. Quércia lembrou que o PMDB do Rio Grande do Sul, do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Pernambuco também estão apoiando a candidatura de Serra e defendeu o acordo do PMDB paulista com o PSDB, lembrando a luta em comum das lideranças do antigo MDB contra a ditadura militar e enaltecendo as biografias de Serra e Alckmin. O outro candidato ao Senado na chapa, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), também falou, em seu discurso, sobre o passado de luta contra o regime militar e ressaltou a importância da militância tucana na disputa deste ano, em especial dos movimentos da juventude e das mulheres.
Homologado por quase quatro mil convencionais com direito a voto que se apresentaram para votar, Geraldo Alckmin encerrou a convenção conclamando a militância tucana a se engajar na campanha nos próximos meses. Vamos então fazer ouvir as nossas vozes de que o Brasil pode mais, que já é tempo de avançarmos ainda mais. Que somos guerreiros. Que vamos partir de peito aberto para o combate, porque temos orgulho de nossa história e convicção em nossos ideais, disse Alckmin. O candidato também mostrou apetite e disposição pela disputa em São Paulo: Estou feliz e revigorado, estou pronto. Quero ser mais uma vez governador de todos os paulistas e inicio esta caminhada ao lado de vocês, ombro a ombro, afirmou.
