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Aloysio homenageia Serra e reitera: “Faltou luta política do PSDB contra as mentiras do PT”

O senador Aloysio Nunes comentou os resultados da eleição

Do Plenário do Senado, nesta segunda-feira, 29, o senador Aloysio Nunes fez uma homenagem ao ex-governador José Serra e reiterou que faltou “luta política”  da parte do PSDB para combater as mentiras do PT, sobretudo a de que o tucano  abandonaria a Prefeitura de São Paulo se fosse eleito. “Pela ação dos nossos adversários e por negligência política nossa acabou se cristalizando na consciência do eleitor esse que foi grande empecilho a que o Serra, cuja biografia e cuja competência jamais foram questionadas por nenhum dos nossos adversários, lograsse vitória nas eleições”, declarou. “O principal fator da derrota do nosso candidato à prefeitura foi o fato de terem transitado em julgado na consciência do eleitor paulistano duas mentiras: a de que o Serra abandonou a cidade de São Paulo, mentira essa que subentende outra, a de que a cidade está abandonada. São duas mentiras”, acrescentou.

Aloysio desmontou o poder miraculoso do “novo” nas eleições municipais, argumentando que, se assim fosse, o tucano Arthur Virgílio não seria eleito prefeito de Manaus, já que é um velho combatente da democracia e lutador da política, já foi prefeito em Manaus e senador. “Muitos daqueles que hoje falam ‘ah, o novo!’ imploraram para o José Serra ser candidato a prefeito de São Paulo. Pediram e insistiram para que ele fosse candidato”, lembrou. Ele adiantou que fará uma oposição diária ao prefeito eleito. “A principal contribuição do PSDB será uma fiscalização rigorosa, cotidiana e intransigente dos seus atos e a cobrança cotidiana de suas promessas”, declarou. Aloysio salientou que o PT está longe de expressar a opinião de todos os eleitores da capital, já que 30% não votou em ninguém e o Haddad foi eleito com 39% dos votos, enquanto o Serra cravou 32% do primeiro turno e 44% no segundo.

Aloysio reafirmou que Serra não abandonou a cidade de São Paulo e, eleito governador, trabalhou pela capital com um denodo sem precedente na história político-administrativa do estado, realizando obras, implantando serviços e trazendo mais segurança, saneamento básico, habitação, educação e saúde. “Serra cuidou da região metropolitana e da capital de São Paulo com constância, durante todo o seu mandato de governador”, destacou. Ele observou que o prefeito Gilberto Kassab, que foi seu sucessor, quando ele se desincompatibilizou, terminou a gestão muito bem avaliado, a tal ponto que derrotou, na sua reeleição, a candidata do PT, Marta Suplicy, que, inegavelmente, tem um prestígio pessoal grande na cidade, 61% dos votos.

“A gestão do prefeito Kassab, se a compararmos com as gestões anteriores do PT – houve duas, ambas reprovadas pelo eleitorado ao seu termo, com Luiza Erundina e Marta Suplicy – em todos os itens, saúde, educação, transporte, em dados objetivos, se revela superior”, constatou. A seu ver, faltou presença política constante do PSDB na capital, como ocorreu na oposição que o partido fez durante toda a gestão Marta Suplicy. “Não relaxamos um segundo sequer na oposição à Marta Suplicy, apontando, denunciando, chamando a atenção e propondo, coisa que não fizemos depois”, afirmou.

Aloysio Nunes chamou atenção para o fato de que Serra teve os piores resultados eleitorais exatamente nos bairros onde o Governo Kassab atuou com mais intensidade, eficiência e qualidade. “Por que o resultado eleitoral adverso? Porque a ação administrativa não foi acompanhada da luta política; do esclarecimento das consciências; da articulação com a base da sociedade; com a presença cotidiana do partido, nas associações, nos movimentos sociais; com o distanciamento da população; com a burocratização da estrutura partidária”, criticou.

Ele destacou que o ex-presidente Lula, apesar de desastrado no Norte e Nordeste, acertou em São Paulo ao alijar Marta Suplicy e o ministro da Educação, Aloizio Mercante, das próximas eleições majoritárias de São Paulo pelo PT, já que eles vinham perdendo todas. De acordo com Aloysio, o PSDB escolheu o Serra, porque ele sempre ganhou em São Paulo e continua sendo muito importante para o partido. “Eu não sei o que José Serra fará no futuro, mas, obviamente, nem a política nacional e muito menos o PSDB podem prescindir da presença da atuação de José Serra”, declarou.

O PERIGO DA HEGEMONIA DO PT

Aloysio manifestou muita preocupação com a vocação ditatorial do PT, que sufoca até mesmo partidos da base aliada. O senador tucano observou que essa mesma preocupação foi externada pelo PSB, o qual a seu ver consagrou-se como um vitorioso nas eleições municipais, ao contrário do PT, que sofreu grandes derrotas nas regiões Norte e Nordeste, zona quase exclusiva dos petistas. “Houve uma mudança da cor política na maioria dos estados dessas regiões”, pontuou. Ele citou as eleições dos tucanos Arthur Virgílio em Manaus (AM); Zenaldo Coutinho, em Belém (PA); e Firmino Filho em Teresina (PI).

“O PSB é o primeiro a manifestar o incômodo com a visão hegemonista do PT, e o manifesta muito estridentemente, com todas as ressalvas e as cautelas que a convivência na base do Governo atual recomenda”, afirmou. “O PSB, assim como o PDT, sendo da base do Governo, não tem, na sua cultura política, essa marca profundamente negativa do PT, que é o espírito de facção, a idéia de que o PT está acima de tudo e os interesses do PT e do Governo são a mesma coisa e os fins justificam os meios”, enfatizou, lembrando que o PT nunca fez uma autocrítica quanto ao Mensalão, o maior escândalo de corrupção de toda a história do Brasil.

“O PT tem, em relação aos seus adversários, a ideia de que vivem em guerra permanente, de extermínio e isso se transmite para as suas bases. Quantas vezes eu não vi, durante essa  campanha do Serra, em caminhadas, ser insultado por militantes do PT! Ainda no domingo, o PT organizou uma tropa de choque para intimidar, constranger e agredir ACM Neto, no Colégio Eleitoral em que ele foi exercer o seu direito de voto”, exemplificou. Na sua opinião, o perigo que essa vocação hegemônica do PT traz para a convivência institucional no Brasil deve ser objeto de muita reflexão, ação, articulação e entendimento em torno da preservação de valores fundamentais da República.

SERRA DEBATEU A CIDADE E NÃO MISTUROU POLÍTICA E RELIGIÃO

Aloysio fez questão de afirmar que, ao contrário do que muitos acusaram, em nenhum momento Serra abordou temas relativos à crença religiosa das pessoas na sua campanha eleitoral. “Ele foi apoiado por líderes religiosos, como o PT também foi, que têm lá seus próprios valores e querem expressar esses valores em uma situação política. Mas o Serra, em nenhum momento, em nenhum momento fez qualquer referência a temas que pudessem implicar opções religiosas ou opções inspiradas por posições religiosas. Na sua campanha, Serra fez, sim, uma pregação candente, veemente dos valores republicanos, da sua visão do que seja fazer política, do que seja a relação do político com a ética, com o bem comum. Foi toda uma linha de campanha”, enfatizou.

Ele pontuou ainda que o Serra abordou de forma correta e consistente os temas da cidade, como reordenar o crescimento da cidade, levando em conta as necessidades de transporte, zoneamento, investimento; a necessidade de mudar a lei de zoneamento da cidade em função da sua complexidade atual; inovações na área do atendimento à saúde; a escola em tempo integral; a formação técnica dos jovens para uma economia cada vez mais competitiva; a presença da prefeitura na ação cotidiana contra a violência e a criminalidade, em parceria com o Governo Federal e o Governo Estadual.

Aloysio Nunes destacou ainda que em três capitais do Nordeste, que são centros dinâmicos e irradiadores da cultura política, formação de opinião, que eram governadas pelo PT, o PT foi derrotado: Fortaleza, Recife e Salvador, além Aracaju e Maceió”, enfatizou Aloysio Nunes, para em seguida complementar: “Em alguns desses estados houve uma influência direta e uma intervenção brutal do ex-presidente Lula, que perdeu a noção dos limites completamente”. Ele lembrou que a presidente Dilma Rousseff também partiu para a agressão pessoal com ACM Neto em Salvador, desconhecendo todas as exigências de recato e de sobriedade inerentes a sua função.

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