Início Bancada Alvaro Dias afirma que inflação é ingrediente indigesto na mesa dos brasileiros

Alvaro Dias afirma que inflação é ingrediente indigesto na mesa dos brasileiros

“Adivinhe quem vem para jantar?”. Essa expressão, retirada do título de uma famosa comédia romântica de 1967, foi utilizada pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR) em discurso no Plenário, nesta terça-feira (16), ao afirmar que a inflação hoje é a convidada inesperada na mesa dos brasileiros. Em seu discurso, o senador destacou os últimos números que foram divulgados por institutos como IBGE e FGV, que revelam o aumento progressivo da inflação, principalmente dos produtos que compõem a cesta básica.

Em seu discurso, o senador tucano afirmou que não apenas a alta dos preços dos alimentos deve merecer preocupação, mas também o reflexo da inflação no comércio, que já sente os efeitos da corrosão do poder de compra dos brasileiros. Alvaro Dias também criticou a atitude do governo Dilma Rousseff diante da escalada inflacionária.

“Até o momento, a atitude do governo em relação à inflação tem sido de tolerância e desdém. Não é demasiado lembrar que a inflação rompeu o teto da meta estipulada, chegando a 6,59% no acumulado em 12 meses. E diante de tudo disso, a presidente Dilma ainda disse que a inflação está sob controle. Pelo visto, a bola de cristal dela está tão embaçada quanto a do ministro Guido Mantega”, disse o senador.

Entre os estudos apresentados pelo senador, está a Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, que mostra ter havido recuo de 1%, no mês de fevereiro em relação a janeiro, nas compras dos consumidores nos supermercados, e de 2,1% sobre 2012. Esta foi a primeira redução desde março de 2009 e a mais intensa desde novembro de 2003, quando o país vivia uma crise cambial e, principalmente, de confiança no governo que se instalava. O comércio, segundo Alvaro Dias, também já sente os efeitos da corrosão do poder de compra, registrando um recuo de 0,4% em relação a janeiro e 0,2% em relação a fevereiro, primeiro resultado negativo desde novembro de 2003.

Outros dados destacados pelo senador Alvaro Dias revelam, por exemplo, que a inflação da cesta básica é a maior em dez anos. Segundo o Dieese, nos 12 meses encerrados em março, o valor da cesta básica nas principais capitais teve a maior alta da última década. Em São Paulo, subiu 23,1%. No Rio, aumentou 22,7%; em Brasília, 22,5%; e em Salvador, 32,6%. Em março de 2012 o custo da cesta básica equivalia a 41,94% do salário mínimo (após o desconto da Previdência Social) e no mês passado a 47,81%. Entre os meses de fevereiro e março, a cesta básica subiu em 16 das 18 capitais pesquisadas pelo Dieese. A alta foi maior em Vitória (+6%), Manaus (+4,5%) e Salvador (+4%). No primeiro trimestre houve alta em todos os locais pesquisados.

“A carestia também pode ser observada no aumento verificado ao longo de um ano: farinha de mandioca aumentou 173% na capital sergipana; 181% em Fortaleza e 202% em Manaus. O feijão subiu 32% na capital cearense, 35% em Aracaju e 37% em Salvador. O pão francês aumentou 18% em São Paulo e 30% em Salvador. O leite também subiu 28% na capital baiana. A batata virou um artigo de luxo: subiu aproximadamente 150% em Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. Em 13 capitais o tomate superou 100% (no Rio de Janeiro, alta de 194%; em Porto Alegre, de 197%; e em Vitória, de 215%). A alta dos preços já afeta as vendas do varejo, reflexo da perda do poder aquisitivo do salário e da perda de confiança do consumidor”, observou.

O senador tucano fez críticas ainda à retórica utilizada pela presidente Dilma Rousseff para tentar mostrar que o governo não está perdendo a guerra da inflação. Alvaro Dias lembrou frase da presidente pronunciada durante evento do PT em Belo Horizonte, na noite de ontem, quando ela disse, de forma taxativa, que “a inflação está sob controle”. Para o senador do PSDB do Paraná, as afirmações de Dilma são ditadas pelo marketing e não possuem qualquer compromisso com a realidade.

“O desassombro da presidente Dilma é forjado com vistas às próximas eleições. Numa recente visita à capital gaúcha, ela sentenciou que a renda per capita brasileira vai dobrar até 2022, marco dos 200 anos da independência do Brasil. Um especialista na matéria alerta que, para que isso ocorresse, o Brasil precisaria crescer a taxas anuais superiores a 8%%, ou seja, um crescimento chinês. São declarações que extrapolam os limites do bom senso”, concluiu Alvaro Dias.

Da Assessoria de Alvaro Dias

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