“As revelações sobre as dificuldades administrativas da Petrobras, sua fraca performance e a trajetória descendente formam a crônica de um declínio anunciado da maior empresa estatal brasileira”. A afirmação foi feita pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR) no Plenário, na sessão desta segunda-feira (4), ao relembrar a atuação da oposição para tentar apurar as irregularidades na Petrobras, com a criação de uma CPI no Senado e a apresentação de 18 representações no Ministério Público, requerendo múltiplas investigações em negócios suspeitos da empresa.
Para Alvaro Dias, a compra de uma refinaria norte-americana que resultou em um prejuízo de mais de US$ 1 bilhão “é mais um escabroso capítulo da melancólica crônica de um declínio anunciado”. Ele salientou que a compra da refinaria pela estatal do petróleo foi objeto de uma representação de sua autoria no final do ano passado.
“Solicitei à época a abertura de inquérito civil administrativo, e indiquei, caso comprovadas as denúncias, que fossem aplicadas aos responsáveis pela operação sanções previstas na Lei nº 8.429/92, tais como perda da função pública, suspensão dos direitos políticos e, especialmente, o ressarcimento ao erário dos danos causados ao patrimônio”, destacou o senador, reforçando que “não há justificativa para a compra da refinaria pela Petrobras, somente o desejo do enriquecimento fácil, ilícito”, e que “não há outro nome que não ladrão para descrever quem avalizou operação que deu prejuízo de US$ 1 bilhão ao País”.
Alvaro Dias listou as diversas denúncias que surgiram sobre a gestão da Petrobras, lembrando que a CPI foi “tratorada” pela base aliada do governo Lula, que inviabilizou por completo as investigações. “A verdade cristalina é que o governo, a partir da instalação da CPI da Petrobras, encarregou sua base de apoio de preparar as exéquias desse colegiado. Na prática, o presidente da República assumiu a liderança desse processo. Sem condições de impedi-la, já que o STF asseguraria à minoria o direito de instalar a CPI, o governo a dominou de forma absoluta, desrespeitando as mais caras tradições do Senado Federal. Ela foi transformada em palco para narrativas técnicas e conceituais, passando ao largo das denúncias”, afirmou o senador tucano.
