A presidente Dilma Rousseff, segundo levantamento publicado no jornal Estado de S. Paulo, tem apostado cada vez mais em pronunciamentos em rede nacional de rádio e TV. Dilma fez 16 pronunciamentos, desde o início do seu mandato, em 2011. Para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), a presidente da República “banalizou” o recurso que deve ser usado “circunstâncias especiais”.
“A utilização [do recurso dos pronunciamentos] se dá quase sempre com objetivos eleitoreiros. O que é grave. É um abuso. Uma afronta aos veículos de comunicação, que têm de alterar sua grade horária, mas, sobretudo, à população”, ressaltou o parlamentar. “A presidente está banalizando o que deve ser utilizado apenas em circunstâncias especiais.”
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez 11 pronunciamentos em rede nacional no primeiro mandato (2003-2006) e dez no segundo (2007-2010). O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez seis pronunciamentos no primeiro mandato (1995-1998) e 16 no segundo (1999 a 2002).
O último pronunciamento de Dilma foi sobre o polêmico leilão de Libra gravado no Palácio da Alvorada pouco depois do resultado. De acordo com a reportagem, custou aos cofres públicos $ 90.562,50, valor que inclui as despesas com produção, gravação, edição, equipe e equipamentos.
O Estado de S. Paulo informa que no total o governo gastou R$ 452,8 mil com cinco pronunciamentos neste ano, um aumento de 40,6% quando comparado o gasto, sem descontar a inflação, com o mesmo número de pronunciamentos de 2012 (R$ 322 mil).
O pronunciamento do dia 21 de junho de 2013 não entra nessa conta, já que foi produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), “em caráter excepcional, pois não havia tempo hábil para a mobilização de uma das agências contratadas”, informou a secretaria.
Ontem (22) o senador Aécio Neves (PSDB-MG) criticou o pronunciamento de Dilma em cadeia nacional para comentar o leilão de Libra. “A presidente Dilma Rousseff contraria a legislação em vigor e apropria-se, indevidamente [da cadeia nacional de rádio e televisão]”, disse o parlamentar.
Do PSDB no Senado
