Obras públicas inacabadas já são uma constante na administração petista. Tão recorrentes quanto são os empreendimentos prontos que nunca chegaram a atender à população. Sequer foram inaugurados e já precisam de reformas. Ou, ainda pior, terão que ser demolidos.
É o caso do Centro de Convenções de São Sebastião, no litoral paulista, que já está pronto há cinco anos e custou mais de R$ 2 milhões aos cofres públicos. Segundo reportagem desta segunda-feira (12) no jornal Bom Dia Brasil, da TV Globo, o prédio nunca abriu as portas e foi embargado pelo Ministério Público, já que foi construído em uma área de preservação ambiental. A prefeitura terá que demolir tudo.
Para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), a morosidade do governo na entrega de obras públicas representa um descaso com as necessidades do povo brasileiro.
“Há um desprezo generalizado pelas demandas sociais. Esse é um governo que gasta de forma irresponsável, rasga dinheiro público com obras inacabadas ou acabadas que não estão em funcionamento. É um governo desorganizado, que não leva em consideração os anseios da população”, lamenta.
Na matéria, outros exemplos de obras finalizadas e não entregues são elencados. No Amapá, a ponte que liga o Brasil à Guiana Francesa já está pronta desde junho de 2011, mas só serve de cartão postal. Com um custo de quase R$ 62 milhões, a previsão para que comece a funcionar é 2014.
Em Santa Catarina, o aeroporto de Jaguaruna, pronto há quase um ano, ainda não teve sua operação liberada por conta de restrições do Tribunal de Contas do Estado.
Já em Florianópolis, R$ 24 milhões foram gastos na construção de um hospital no município de Biguaçu. A estrutura, pronta há três anos, nunca recebeu pacientes e já precisa de reformas, que devem custar cerca de R$ 3 milhões. O valor chamou a atenção do Tribunal de Contas do Estado, que encontrou irregularidades no edital de licitação.
Aparelhamento – Alvaro Dias acredita que o problema é a consequência de um sistema implantado há dez anos, durante o governo petista, em que “o aparelhamento do estado puxa para baixo a qualidade da gestão administrativa”.
“O governo prioriza o favorecimento de alguns, transforma os órgãos em cabides de emprego. Existem muitas obras sendo executadas por aí que não passam de contribuição ao apoio recebido na campanha eleitoral. São muitas vezes desnecessárias e não têm a devida utilização”, aponta o senador.
“De outro lado, há obras que são extremamente necessárias, mas que não passam da parte de material de construção. Em hospitais, por exemplo, o custo maior não está na construção, mas na manutenção dos equipamentos, nos recursos para o seu funcionamento. É preciso garantir recursos para isso”, completa.


