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Apenas 35,7% dos investimentos da União foram realizados

Apesar de diversas entidades internacionais já terem “cantado a pedra”, o governo federal ainda não começou a fazer o dever de casa. Passados três quartos do ano, os investimentos públicos, essenciais para o crescimento sustentável da economia, alcançaram apenas 35,7% do total de R$ 91,2 bilhões autorizados. O percentual equivale a R$ 32,6 bilhões aplicados entre janeiro e setembro deste exercício.

Além do baixo percentual, em valores constantes (atualizados pelo IGP-DI, da FGV) o montante também é menor do que o aplicado nos nove primeiros meses do ano passado, quando R$ 32,8 bilhões foram investidos. Se comparados com 2010, ano em que o país cresceu 7,5%, os investimentos nos nove primeiros meses de 2013 são menores em R$ 4,5 bilhões. (veja tabela aqui)

Entre as Pastas que apresentaram retração nos investimentos, se comparados os exercícios de 2013 e 2012, chama atenção negativamente o Ministério da Educação, com quase R$ 2 bilhões a menos do que as aplicações dos nove primeiros meses do ano passado.

O Ministério dos Transportes também reduziu os investimentos em R$ 557,2 milhões, em decorrência do DNIT que diminuiu suas aplicações deste ano em cerca de R$ 600 milhões se comparadas às de 2012. A retração real só não foi maior no Ministério dos Transportes porque a VALEC mais do que dobrou os investimentos, que passaram de R$ 653,2 milhões até setembro de 2012 para R$ 1,3 bilhão no mesmo período desse ano.

Neste ano, os quatro ministérios que mais investiram foram Transportes (R$ 6,6 bilhões), Defesa (R$ 5,9 bilhões), Educação (R$ 5,7 bilhões) e Integração Nacional (R$ 3,4 bilhões). O Ministério da Saúde, na “crista da onda” em razão do programa “Mais Médicos”, ocupa apenas o 5° lugar, com aplicações de R$ 2,9 bilhões.

A falta de investimento público é exatamente o ponto que tem sido criticado por especialistas como o fator que está segurando a economia brasileira. Na última terça (8), o Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve a projeção de crescimento econômico para o Brasil neste ano, em 2,5%, mas reduziu a estimativa para o próximo ano, de 3,2% para 2,5%. Com isso, o Brasil ocupa a última colocação entre os países emergentes em 2014.

Para melhorar as perspectiva de expansão do Produto Interno Bruto (PIB), o relatório do FMI destacou a importância de o Brasil serem vencidas barreiras ao investimento, mesma tarefa que cabe à Índia. Ainda de acordo com o FMI, as eleições presidenciais em 2014 podem atrapalhar o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).

Menos fôlego
No relatório Panorama Econômico Mundial, o FMI não detalhou os motivos que levaram à revisão da estimativa de crescimento para 2014. Diz que o Brasil e outros emergentes como China, Índia e África do Sul mostram perda de fôlego em parte devido a fatores cíclicos e em parte a fatores estruturais.

No caso de Brasil e Índia, há problemas regulatórios e de infraestrutura e desaceleração do crescimento da oferta em um cenário de demanda doméstica ainda forte. “Como resultado, pressões externas aumentaram nessas economias”. No caso do Brasil, o déficit em conta corrente vem crescendo, atingindo 3,6% do PIB nos 12 meses até agosto. O FMI projeta um rombo de 3,4% do PIB em 2013 e de 3,2% em 2014.

Ao tratar das perspectivas para o crescimento da economia brasileira neste ano, o FMI afirma que “a recente desvalorização do câmbio vai melhorar a competitividade externa e compensar parcialmente o impacto adverso dos aumentos dos rendimentos dos títulos soberanos”.

“A inflação mais alta, contudo, reduziu a renda real e pode pesar no consumo, enquanto restrições de oferta e incertezas sobre políticas podem continuar a restringir a atividade”, afirma o relatório.

Segundo o Fundo, o crescimento do Brasil na primeira metade do ano melhorou devido ao “investimento mais forte, incluindo estoques”. No entanto, indicadores de alta frequência – não mencionados explicitamente – apontam para alguma moderação da atividade na segunda metade do ano.

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