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Apertem os cintos: a presidente sumiu!

Ney Vilela*

Por dois anos seguidos, a imagem de Dilma Roussef invadia nossas casas todos os dias, todas as horas, com uma inexorabilidade macabra.

No último dia de outubro tivemos o segundo turno das eleições presidenciais. Dilma Roussef venceu. E sumiu. Evadiu-se do noticiário, desapareceu da TV. Não se pronunciou diante dos importantes acontecimentos ocorridos nos morros do Rio de Janeiro. Não aplaudiu as vitórias da natação, em Dubai. Não defendeu o agronegócio brasileiro diante das barreiras protecionistas levantadas pelos EUA. Não tomou posição diante das trapalhadas do ENEM. Não se constrangeu diante dos aumentos salariais autoconcedidos pelos políticos. Não torceu pelo Internacional, no mundial interclubes (a julgar pelos resultados, só Lula da Silva deve ter ligado o televisor para assistir esse jogo…).

Dilma sumiu como se não mais existisse; como se tivesse sido um pesadelo virtual finalmente deletado por um bruxo do Photoshop.

Alguém poderia argumentar, lembrando que a hora é de montar o ministério, de semear o novo governo e que essa atividade se dá longe das luzes do noticiário. Mas se olharmos para os fatos não encontraremos Dilma Roussef montando o que seria o seu ministério. Lula da Silva está montando o ministério da presidente; o PT e o PMDB estão montando o ministério da presidente, as legendas menores (PDT, PSB, PR, PC do B) que participaram da aliança eleitoral estão montando o ministério da presidente; os organismos sindicais estão montando o ministério da presidente. A presidente mal consegue nomear os chamados ministros da casa, que lhe acompanharão o dia a dia.

A campanha eleitoral apregoou as qualidades executivas de Dilma Roussef: a escolha de Edison Lobão para as Minas e Energia, de Ideli Salvatti para a Pesca (!), de Garibaldi Alves para a Previdência e de Moreira Franco para a Secretaria de Assuntos Estratégicos desmente qualquer pretensão de excelência administrativa.

Dilma Roussef dizia que se preocupava com o futuro educacional e cultural do Brasil: manter o trapalhão Fernando Haddad na Educação e jogar a pasta da Cultura para prêmio de consolação aos excluídos dos ministérios mais vistosos e endinheirados mostra o quanto a campanha eleitoral da presidente foi mentirosa.

A presidente disse, em campanha, que tinha elevadas preocupações com o caráter, a moral, a verdade, a dignidade: não poderia, então, ter escolhido o indigno e covarde Aloísio Mercadante para o ministério; não admitiria que o bisbilhoteiro inquiridor de poupanças de caseiros, o senhor Antonio Palocci frequentasse o Palácio do Planalto; não poderia deixar o meliante Nelson Jobim (que confessou ter fraudado nossa Constituição) na pasta da Defesa.

Dilma Roussef disse que iria governar com todos os brasileiros, com os partidos que disputaram a presidência com ela. Mentiu: não chamou o Partido Verde para ajudar a definir quem iria para a pasta do Meio Ambiente. Qual outro grupo de nossa sociedade estaria mais habilitado para prestar tal serviço”

Os chineses dizem que podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo que plantamos. Dilma, ao se evadir de suas responsabilidades, deixou que outros semeassem no terreno que deveria estar sob seus cuidados. Azar dela (e nosso…): a colheita será minguada.

*Coordenador Regional do Instituto Teotônio Vilela

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