Ao longo dos meus cinco mandatos como parlamentar sempre defendi uma parceria efetiva entre as Universidades, especialmente as públicas, com a sociedade. E hoje, diante da grave crise financeira enfrentada pelos municípios, a chamada “extensão universitária” é fundamental para ajudar no processo permanente de melhorar a qualidade de vida da população em praticamente todas as áreas sociais.
Lembro que a extensão universitária é uma obrigatoriedade constitucional, conforme descrito no artigo 207: “as universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial e obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre e ensino, pesquisa e extensão”. Portanto, são três funções básicas da Universidade, as quais devem ser equivalentes e merecer igualdade em tratamento por parte das instituições de ensino superior, especialmente as públicas que são mantidas pela população por meio do pagamento de impostos, como o ICMS.
Muito mais do que um preceito constitucional, acredito que a extensão seja importante para a universidade levar à comunidade os conhecimentos de que é detentora. Na verdade, é uma forma da universidade retribuir os investimentos nela aplicados, socializando e democratizando o conhecimento humano. Assim, o conhecimento não se traduz em privilégio apenas da minoria que é aprovada no vestibular, mas é difundido pela comunidade.
Confesso que fui motivado a escrever este texto após a recente audiência que tive com o diretor da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac), vinculada à Unesp-Bauru, prof.dr. Marcelo Carbone Carneiro. Na ocasião, conversamos muito sobre a importância desta tradicional instituição pública de ensino superior ampliar as parcerias com os municípios paulistas, carentes na maioria das vezes de recursos financeiros e de equipes capacitadas para o desenvolvimento de bons projetos executivos. Neste contexto, coloquei-me à disposição da Unesp para a realização de encontro entre especialistas da universidade e os municípios da região, visando fomentar futuras parcerias com as prefeituras em áreas essenciais, como saúde, educação e meio ambiente. Na construção civil, por exemplo, será essencial esta parceria da Faac-Unesp com as prefeituras na elaboração de projetos executivos eficientes para a construção de escolas, creches e unidades de saúde a preços acessíveis diante dos poucos recursos disponíveis nos orçamentos municipais.
As universidades precisam ampliar suas formas de atuação e de interação com a realidade que as rodeiam e as exigências decorrentes das velozes transformações do mundo contemporâneo. Estas instituições precisam ser protagonistas de projetos de mudança, inclusão social e desenvolvimento sustentável e jamais divorciadas das comunidades onde estão inseridas. Assim, cumprirão seus verdadeiros papéis : constitucional, educacional, responsabilidade social e cidadania.
Pedro Tobias é deputado estadual e presidente do PSDB-SP