Os presidentes do Brasil e Paraguai, Lula e Fernando Lugo, assinaram um acordo que revê cláusulas do Tratado de Itaipu, assinado em 1973. Pelo acordo, os dois países são parceiros e têm direito de vender um ao outro a sua cota de energia que não for utilizada.
O Paraguai, que só consome 5% da energia gerada, vende o restante à empresa brasileira, Eletrobrás. O governo brasileiro cedeu a algumas das exigências do governo paraguaio, permitindo que o país ofereça sua cota de energia ao mercado brasileiro, sem a intermediação da Eletrobrás.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também concordou em triplicar a taxa anual de US$ 120 milhões, paga pela cessão da energia não utilizada pelo Paraguai e passará a pagar US$ 360 milhões. O aumento ainda precisa da aprovação dos Congressos dos dois países.
A modificação desse acordo parece que só beneficia o governo paraguaio, pois no Brasil poderá gerar aumento no preço da energia aos consumidores brasileiros além de provocar insegurança no abastecimento e planejamento energético.
Em 2023 o acordo pode ser rompido, quando a venda poderá ser aberta a outros países. Tal decisão coloca em dúvida a diplomacia da boa vizinhança brasileira, principalmente quando o maior beneficiado é o país vizinho e não ambas as partes e, principalmente, quando esse país nem sempre apóia e participa de acordos firmados pelo governo brasileiro.