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Baixo desempenho nas pesquisas atrapalha arrecadação de Haddad

Líderes petistas envolvidos no processo de captação de recursos para a campanha de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo têm encontrado dificuldades junto aos doadores. Segundo um integrante da cúpula da campanha petista, dois motivos têm atrapalhado a busca por recursos: a crise financeira internacional e o baixo desempenho de Haddad nas pesquisas de opinião.

Em avaliações internas, os chefes da campanha de Haddad estimam que o candidato deve conseguir no máximo R$ 60 milhões do teto de R$ 90 milhões estipulado pelo PT junto ao Tribunal Regional Eleitoral.

No início do mês, um experiente arrecadador de campanhas petista procurou cinco grandes empresários paulistas. Quatro deles se recusaram gentilmente a receber o petista e adiaram as conversas para meados de agosto. As desculpas vão desde férias com a família em Aspen até viagens para acompanhar os Jogos Olímpicos na Inglaterra.

Em pelo menos um dos casos, o próprio Haddad teria ameaçado pegar o telefone e ligar diretamente para o empresário.

A maior dificuldade alegada pelos financiadores em potencial é a crise financeira internacional que rebaixou as expectativas de crescimento do PIB para menos de 2% em 2012. Dirigentes petistas, no entanto, enxergam no movimento a desconfiança da classe empresarial em relação a Haddad, que ainda não ultrapassou a barreira de 10% nas pesquisas.

“Existe uma grande expectativa em relação à próxima rodada de pesquisas. A preocupação não é nem eleitoral. Temos certeza que o Haddad vai para o segundo turno. O que nos preocupa é que as pesquisas influenciam no fluxo de doações eleitorais”, disse um cardeal petista que pediu para não ser identificado.

O coordenador do comitê financeiro de Haddad, Chico Macena, negou que a campanha esteja passando por dificuldades em função das pesquisas. Segundo ele, que participou da arrecadação de outras campanhas petistas, é natural que o fluxo de recursos seja menor até agosto.

“É sempre assim em todas as campanhas. Se em julho arrecadamos 10, em agosto o número sobe para 100. Basta ver a evolução do financeiro na campanha da Dilma em 2010. Os próprios doadores têm seus calendários. Além disso, tem aquilo que eu chamo de processo psicológico. Eles dizem que não vão dar em julho porque do contrário em agosto estaremos lá outra vez para pedir mais”, disse Macena.

O coordenador também rejeita a tese de que as pesquisas estejam atrapalhando a arrecadação. “Neste caso as pesquisas não atrapalham porque existe uma polarização muito forte entre PT e PSDB. Alguém no meio empresarial acredita que o Haddad não estará no segundo turno?”, argumentou.

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