Integrantes da base aliada do governo derrubaram, nesta quarta-feira (5), cinco pedidos feitos pela oposição para que investigados da operação Porto Seguro prestassem esclarecimento na Comissão de Fiscalização e Controle. Por 12 votos a três, os requerimentos apresentados pelos deputados Vanderlei Macris (SP) e Mendonça Filho (DEM-PE) foram derrotados.
Segundo Macris, há uma blindagem clara do governo, o que mostra a preocupação do PT com o depoimento dos envolvidos. “A proteção é por medo que a Rosemary de Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República, entre outros envolvidos, possa falar mais do que sabe, mais do que já foi descoberto”, disse o tucano.
Nessa terça-feira (4), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, participou de audiência na Câmara e defendeu a ação da Polícia Federal, conforme lembrou o deputado. “Por que não dar sequência? Se o próprio ministro defende a operação, por que não ouvir quem está sendo acusado?”, questionou, ao classificar de “esquizofrênica” a postura estabelecida pela base aliada dos governistas.
“Quando é para os envolvidos darem explicações, o governo estabelece uma ‘aura de proteção’”, lamentou. Segundo informou, a oposição vai continuar apresentando requerimentos na busca de informações sobre o escândalo. “Precisamos saber o outro lado da história”, concluiu.
Os requerimentos eram direcionados à Rosemary de Noronha, ao ex-advogado-geral-adjunto da União, José Weber Holanda, ao ex-diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Rubens Vieira, e ao ex-diretor da Agência Nacional de Águas (Ana), Paulo Vieira, preso na operação sob acusação de comandar o esquema de venda de pareceres públicos. A operação foi deflagrada em novembro e indiciou 18 pessoas e prendeu seis. Foram exonerados cinco servidores e afastados outros cinco.
