No varejo, enquanto os preços sobem, acima dos índices de inflação anunciados, as vendas caem. Assim sendo, em fevereiro, o faturamento subiu 7,5%, enquanto o volume de vendas do comércio varejista caiu 0,4% em relação à janeiro. Chama-se “carestia”. Estamos falando do consumo das famílias: passou a cair pela alta dos preços, a alta do IPI dos produtos que haviam sido desonerados e pela persistência do alto comprometimento de renda das famílias, além da perda de força do mercado de trabalho.
O efeito mais perverso é com os mais pobres: o aumento médio de seus salários é em torno de 6%, mas a inflação dos alimentos – principal item das suas despesas – atinge 15%.
Essa será a justificativa para o aumento da taxa de juros ( SELIC ) que o Banco Central determinará. Pensam, com isso, barrar a inflação que ultrapassou o teto da meta, que já é bastante elástico ( meta de 4,5% e teto de 6,5% ). O efeito sobre o emprego e o crescimento econômico será menos empregos, menos renda, menos investimentos, menos exportações, menos crescimento econômico.
O governo montou essa armadilha para todos nós e para si próprio. Agora, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.