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Cartão postal vermelhão

IGOR CUNHAQue São Paulo não tem prefeito nós já sabemos: ruas sujas, bueiros entupidos e árvores caindo sem controle. Desde o começo do ano, quando começaram as obras da tal ciclovia na Avenida Paulista, uma parte do coração financeiro e principal cartão postal da cidade, ela está irreconhecível.

Com o canteiro central e duas pistas cercados por madeiras, desde a Consolação até a Praça Oswaldo Cruz, fez com que o trânsito, que já não era fácil, virasse um inferno em toda a região – não só para a avenida, mas para todo o seu entorno.

Um desrespeito à cidade e aos seus moradores, que não foram consultados. Pensei “será que o pseudo ciclista Fernando Haddad tem andado por lá a pé, de bicicleta, de ônibus ou de carro, para ver o que está acontecendo na área que concentra alguns dos principais hospitais de São Paulo?”.

E o pior: tem uma placa que avisa “homens trabalhando”, mas o que se vê são algumas máquinas paradas e alguns gatos pingados batendo papo no meio da obra, trabalhando que é bom nada.

E pra variar, uns dias atrás, no meio da chuva o que parecia tinta vermelha aos olhos de quem passava escorreu (cor para lembrar que foi o PT que fez) sujando carros e pedestres.

Depois viemos a descobrir que era cimento pigmentado, ou, na linguagem popular, cimento com tinta vermelha que estava sendo despejado. Isso porque o tempo estava fechado desde cedo, o que demonstra claramente nosso dinheiro indo pelos ralos por falta de planejamento do prefeito.

Aliás, o custo de mais essa intervenção não emergencial está orçado em R$ 15 milhões. Sim, eu disse orçado, ou seja, pode aumentar, e o prazo para a sua conclusão é de seis meses.

Mas pelo visto o prefeito quer deixar para o final de seu mandato e inaugurar próximo de sua tentativa a reeleição pra enganar os bobos que votam nele. Agora, uma pergunta para a reflexão: qual era a necessidade da construção desta ciclovia, dos custos nela envolvidos e das seqüelas que trará para a mobilidade urbana? Será que nossa cidade não tem outras demandas mais urgentes e será que esse dinheiro todo não serviria a mais pessoas realmente que necessitam de obras para viver? Ainda bem que nós e o TCM estamos de olho.

Igor Cunha é presidente municipal da Juventude do PSDB-SP

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