O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) faz um diagnóstico pessimista a quem pretende usar a gestão de Michel Temer para se projetar e recolher dividendos nas eleições de 2018.
“Não vejo que o governo tenha como tirar proveito [eleitoral] dessa situação em dois anos”, disse, em entrevista à Folha.
Nem o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, poderia se projetar organizando a economia e repetindo fórmula lançada pelo próprio FHC, em 1993, ao assumir a pasta durante o tormentoso governo de Itamar Franco?
“Não creio. E não é que haja uma diferença entre mim e Meirelles. É a situação.” Para o tucano, mesmo que o ministro consiga sensibilizar a sociedade, ele só irá expor “sangue, suor e lágrimas”.
FHC diz que Temer precisa olhar apenas para a história e vê fadiga de material na política. Instado a citar um líder, não achou ninguém.
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Folha – O PSDB se tornou “censor” do governo?
Fernando Henrique Cardoso – O que o PSDB fez? Uma vez que não tinha alternativa senão apoiar o impeachment –era óbvio que era inevitável–, teve que assumir uma responsabilidade. Acho que fez bem ao condicionar isso a que o governo atue [segundo uma agenda]. Leia AQUI