Os trabalhos da comissão parlamentar de inquérito mista que investigará irregularidades no Metrô foram adiados para a primeira semana de setembro. A CPMI chegou a ser instalada na tarde desta quarta-feira (6), mas a escolha do presidente e do relator ficou para o próximo esforço concentrado dos parlamentares. A decisão foi tomada pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que, por ser o integrante mais velho, fica à frente do grupo até a eleição.
O deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP),titular pelo PSDB na comissão, destacou que o partido cumpre seu papel e não tem nada a temer. “Estamos aqui para que essa CPMI tenha um trabalho isento, democrático, aberto e civilizado e que possa corresponder aos anseios da população, e não ser apenas um instrumento de barganha política”, disse.
Segundo o tucano, a falta de acordo entre os partidos aliados ao Planalto e o consequente adiamento dos trabalhos mostram que a base de apoio ao governo não está unida. O impasse se deu porque o indicado do PMDB para a presidência, senador João Alberto Souza (MA), estava fora de Brasília e não poderia receber votos.
“Adiar o início era a única saída que eles tinham. Vamos ver se em setembro damos sequência aos trabalhos, colocando não apenas luz sobre os casos divulgados pela imprensa, mas, acima de tudo, criando regras que possam ser usadas para aprimorar o processo de defesa do erário”, explicou Thame.
A investigação será conduzida por 13 senadores e 14 deputados. O pedido para a criação da comissão foi apresentado no mês de maio. O prazo previsto para as averiguações é de 120 dias.