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CONFIRA ENTREVISTA DO PRESIDENTE DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB DE SÃO PAULO AO JORNAL VALEPARAIBANO

Recém-eleito presidente do PSDB de São Paulo, o secretário de Estado de Relações Institucionais, José Henrique Reis Lobo (foto), 63 anos, afirma que os tucanos não abrem mão da candidatura de Geraldo Alckmin à prefeitura paulistana e descarta a possibilidade de o partido apoiar o projeto de reeleição do prefeito Gilberto Kassab (DEM).

“Inegavelmente, o sentimento dentro do partido é em favor desta candidatura”, disse Reis Lobo, político de Guaratinguetá alçado na última quinta-feira ao posto de mediador do conflito de interesses entre Alckmin e o governador José Serra no grão-tucanato.

Em entrevista concedida por e-mail ao valeparaibano, Reis Lobo admite divergências e focos de atrito entre serristas e alckmistas, mas credita os ruídos internos a “questões pontuais” e vê o nome do governador como “natural” postulante ao Palácio do Planalto em 2010.

Ele repete o bordão que vem se tornando característico em nove entre dez líderes pessedebistas. “Pode escrever: quem apostar na divisão do PSDB, agora ou em 2010, vai perder todas as fichas”.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

valeparaibano – O senhor é considerado um dos poucos homens que desfrutam da confiança do ex-governador Alckmin e de José Serra. Hoje trabalhando com o atual governador, na Secretaria de Relações Institucionais, qual tem sido sua relação com Alckmin” O senhor mantém diálogo permanente com ele”
José Henrique Reis Lobo – Mantenho com o Dr. Geraldo Alckmin um contato muito estreito e muito freqüente. Admiro-o muito como cidadão e como político e tenho por ele o maior apreço. Acho que ele é uma das maiores reservas morais da vida pública nacional.

vp – Qual é hoje o estágio de relacionamento entre os dois principais líderes do PSDB” É difícil a missão de acomodar os interesses de serristas e alckmistas” Ou o senhor considera este tipo de divisão um mito”
Lobo – Não há dificuldades sérias de relacionamento entre o Dr. Geraldo Alckmin e o Governador José Serra. Pode haver, pontualmente, alguma diferença de ponto de vista sobre uma ou outra questão, tanto no que concerne à visão da administração pública, como no que respeita à política. Mas isso é natural. Quanto aos que estão mais em torno de um do que de outro, admito que às vezes têm sido preciso relembrar que os projetos de ambos não conflitam, mas, ao contrário, se complementam e que não são projetos pessoais, mas do PSDB.

vp – O senhor acaba de se eleger para comandar o PSDB na capital em um ano delicado do ponto-de-vista de costuras políticas. O partido não abre mão de lançar candidato à prefeitura” Com Alckmin liderando as pesquisas, é impensável imaginar que os tucanos possam abdicar da disputa para atender o desejo do DEM, aliado histórico e importante dos peessedebistas no Estado”
Lobo – Um partido que tem em seus quadros uma figura como Geraldo Alckmin não pode abrir mão de tê-lo como candidato à Prefeitura de São Paulo. Não nos esqueçamos que tanto Serra como Alckmin ganharam as últimas eleições na Capital, o que atesta a força do partido na cidade. Inegavelmente, o sentimento dentro do PSDB é a favor dessa candidatura. Mas o próprio Geraldo Alckmin tem desestimulado qualquer definição nesse momento, afirmando que “eleições ocorrem em anos pares e que não se deve tratar delas nos ímpares”.

vp – É possível imaginar que um prefeito com franca evolução nos índices de popularidade, como Gilberto Kassab, desista de pleitear novo mandato” O PSDB trabalha com a hipótese de entrar na corrida eleitoral para enfrentá-lo, colocando em risco composições futuras”
Lobo – O Prefeito Gilberto Kassab tem feito uma boa administração em São Paulo, o que é reconhecido pelos índices de aprovação de seu Governo. Se ele resolver sair candidato pelo DEM, terá nosso respeito e toda legitimidade para fazê-lo. Mas nós gostaríamos de tê-lo como nosso aliado.
Eu diria mais ainda: acho que todo esforço deverá ser feito no sentido de manter a aliança com o ex-PFL, o que, para mim, é prioritário. Tenho todas as razões para acreditar que, no momento oportuno, as lideranças dos dois partidos vão conversar e saberão encontrar um denominador comum, já que o nosso adversário é o mesmo, tanto em São Paulo como no plano Nacional.

vp – O senhor aprova a aproximação do ex-governador Alckmin com o PMDB, mesmo com as históricas e veementes divergências entre ele o ex-governador Quércia” Tal “namoro” não representa um retrocesso para os tucanos, já que os peemedebistas experimentam um longo período de fracassos nas urnas” Em que medida a distribuição do tempo de propaganda na TV tem relação com esta aproximação”
Lobo – Já respondi, sobre esse assunto, que “conversar não paga imposto”. O senhor Orestes Quércia sempre conversa com o PSDB em anos eleitorais e sempre esteve do outro lado. De fato, reconheço que não há afinidade entre ele e o nosso partido. Agora, o PMDB tem outras correntes, além da dele. Com essas avalio que seja possível manter entendimentos. Uma política de alianças entre partidos que têm objetivos semelhantes é democrática e, se ganhas as eleições, ajuda a assegurar a governabilidade.

vp – Há hoje no PSDB paulista um movimento de tentativa de construção de unidade que cresce por conta da “sombra” do governador Aécio Neves, que desponta como nome de alto poder de negociação e trânsito inclusive em setores do PT.
Lobo – O Governador de Minas não é nosso adversário, é nosso companheiro. É bom que ele chegue fortalecido em 2008. Isso só vai nos ajudar. Hoje, a avaliação que se faz é de que o Governador de São Paulo é o nome mais forte do PSDB como candidato à Presidência da República. Não só aqui no Estado, mas no Brasil todo. Não se briga com a realidade. É claro que a unidade do partido é importante. Não só em São Paulo, mas no Brasil todo. E pode escrever, de novo: quem apostar na divisão do PSDB, agora ou em 2010, vai perder todas as suas fichas.

vp – O senhor concorda com a tese segundo a qual o governador Serra tem desconstruído os programas que eram “vitrines” do mandato de Alckmin na tentativa de desqualificá-lo como alternativa eleitoral para 2010″
Lobo – Isso é intriga da oposição, que quer nos dividir. Acreditem no que eu estou dizendo. Não há divergências substantivas entre José Serra e Geraldo Alckmin. Alguma política governamental que porventura haja sido alterada não se deve a nenhuma questão pessoal ou política entre o atual e o ex-Governador. É apenas uma diferença de visão sobre como um determinado problema deve ser enfrentado, ou uma mera definição de prioridades, que varia de governo para governo, ainda que do mesmo partido. Imaginar coisa diferente é mera futrica, delírio puro… É tentar, isso sim, desconstruir a imagem do Governador José Serra, que tem a estatura de um estadista, atribuindo-lhe propósitos mesquinhos.

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