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Convite à renovação política

Por Duarte Nogueira

Precisamos de novos quadros políticos. Isso sempre foi necessário, mas agora essa necessidade se amplia em função do desgaste vivido pela classe política, motivado pelas incontáveis acusações e suspeitas imputadas a uma grande parcela dos políti­cos, não apenas em Brasília ou grandes capitais, mas também nas cidades menores e do interior. Ribeirão Preto mesmo ainda conta os prejuízos e sofre as consequências de ações desonestas pratica­das por um grupo que esteve no poder recentemente.

Estamos conseguindo, com sacrifício, recuperar pelo menos parte dos prejuízos, restituir a imagem maculada pelas ações e restituir a credibilidade, com licitações transparentes – prefe­rencialmente por pregões eletrônicos – boas práticas de gestão.

Porque temos a certeza que não são todos iguais. Assim como em outros setores, encontramos na política pessoas de diferentes características, de boa ou de má índole. Por isso não é correto acusar de forma generalizada e nem acreditar que tudo está perdido. Assim, nos lugares onde tenho ido e tido a oportunidade de falar com as pessoas, tenho feito o convite para que elas se lancem na vida partidária, que dispu­tem mandatos eletivos e façam política honestamente, com princípios e vontade de bem servir a sociedade.

Porque muito se ouve falar de nova política e velha políti­ca. E, pela forma como se coloca – erroneamente – a divisão, fica a nítida impressão de que a parte denominada velha po­lítica é a parcela ruim, responsável por todos os atos desones­tos e prejudiciais à sociedade. A parte nova é a boa, a decente, que carrega consigo as boas e exemplares práticas morais.

Não é bem isso. O que existe é a boa política e a política velhaca. A que trabalha pelo bem das pessoas e a que não honra o voto recebido, não respeita as pessoas e se utiliza dos cargos ocupados para o bem próprio. Há, no entanto, muito da boa política. Muita gente que não pensa apenas na próxi­ma eleição, no voto a cada dois ou quatro anos.

Então não se trata de obedecer aos rótulos de velha ou nova política, e sim de fazer a boa política. Por candidatos com bons projetos e trabalho a apresentar. É de homens e mulheres assim que o país precisa. Até para consertarmos os estragos feitos até aqui. Para reaver ao menos parte do que foi perdido e traba­lharmos pela melhoria da vida das pessoas, de forma coletiva, sem deixar ninguém para trás. Porque a boa política trabalha para toda a sociedade, sem discriminar ninguém.

E é possível, sim, fazer política com bons princípios, boas e corretas atitudes, sem pensar apenas em vencer a próxima disputa. Eleições a gente ganha e perde. Faz parte da demo­cracia. Eu mesmo disputei 11 eleições. Ganhei sete e perdi quatro. E em todas elas tive as contas das campanhas aprova­das pela Justiça Eleitoral. Por 22 anos fui deputado estadual e federal e por três vezes fui secretário estadual em São Paulo, com todas as contas aprovadas. Digo isso para mostrar que é possível fazer a boa política.

É claro que muitas vezes somos acusados de forma injusta, vilipendiados em nossa honra. Porém a Justiça sempre con­segue apurar e analisar os fatos com imparcialidade e sere­nidade e, assim, recolocar os fatos em seus devidos lugares, mesmo que isso leve um tempo que ultrapassa as nossas expectativas. O importante é persistir nas boas práticas. No caminho correto.

Desta forma, quem tem bons princípios vai continuar a praticá-los. Sejam da política nova ou velha de que tanto fa­lam. Não é a idade da política que fará a diferença. Sim quem nela se insere com compromisso e responsabilidade.

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