A CPI da Petrobras tem duas reuniões marcadas para esta terça-feira (23). A primeira, às 10h, em reunião interna com presidente, relator, sub-relatores e líderes partidários e a segunda, às 14h, para votar requerimentos. Os primeiros 38 itens da pauta são de autoria de tucanos. Entre eles, os pedidos de convocação do tesoureiro do PT, João Vaccari, e do ex-ministro José Dirceu, assinados pelo líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP).
A Justiça Federal aceitou nesta segunda-feira (23) a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra Vaccari. Junto com outras 26 pessoas, o petista se tornou réu sob a acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Segundo relatado por integrantes da facção criminosa que atuava na Petrobras, ele seria, no PT, o receptor dos recursos ilegais desviados da empresa. Em depoimento na CPI, o ex-diretor da estatal Pedro Barusco reafirmou a participação de Vaccari no esquema.
Já José Dirceu faturou incríveis R$ 4,2 milhões em 2013, ano em que esteve preso por corrupção ativa, conforme revelaram documentos da Operação Lava Jato na última semana. Uma das principais suspeitas para tão notável sucesso é que o dinheiro enviado para a JD Consultoria e Assessoria –empresa do ex-ministro – tenha sido desviado de contratos da Petrobras. Recentemente, Dirceu escreveu em seu blog: “a Petrobras é nossa e ninguém tasca”.
Há ainda pedidos de quebras de sigilo. Entre os alvos estão Barusco, Dirceu e Renato Duque, o ex-diretor que seria uma das pontas da tríplice aliança, tendo Vaccari e Barusco como parceiros na recepção de propinas de empreiteiras. Os deputados Antonio Imbassahy (BA), Otavio leite (RJ) e Bruno Covas (SP) assinam outros requerimentos. Na última semana, o presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-BA), avisou que serão priorizadas as propostas consideradas primordiais pelo relator, sub-relatores e líderes. Essa definição deverá ocorrer na reunião interna, pela manhã.