A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito criada para investigar as atividades do grupo JBS promove reunião, na terça-feira (12), a partir das 14h30, para a designação do relator do colegiado e votação de requerimentos. São 78 no total – todos de autoria de parlamentares do PSDB – o presidente da comissão – senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) –, e os deputados Izalci (DF), Miguel Haddad (SP) e João Gualberto (BA). Rocha (AC) também integra o colegiado.
Podem ser chamados a depor os irmãos Joesley Batista e Wesley Batista, acionistas controladores do Grupo J&F Investimentos; Ricardo Saud, ex-diretor de relações institucionais do Grupo J&F; Marcelo Miller, ex-procurador do Ministério Público Federal; Demian Fiocca e Luciano Coutinho, ex-presidentes do BNDES; e Rodrigo Janot, procurador-geral da República.
Há, ainda, vários pedidos de compartilhamento de informações, como o que requer ao Ministério Público Federal o compartilhamento de cópia integral dos processos e procedimentos envolvendo o acordo de colaboração envolvendo a empresa JBS S/A.
O foco da comissão mista, instalada no dia 5, são as supostas irregularidades envolvendo as empresas JBS e J&F em operações realizadas com o BNDES e BNDESPar, ocorridas entre 2007 a 2016. A reunião ocorrerá no Plenário 19 da Ala Senador Alexandre Costa, no Senado.
Ao jornal “O Estado de S. Paulo”, Izalci disse que, após a prisão de Joesley Batista, neste fim de semana, a CPI ganhou relevância. “A prisão só demonstra que se tem muita a coisa a ser explicada. Vamos chamar inclusive o ex-procurador Marcelo Miller. É muito grave essa interferência dele como integrante do Ministério Público”, disse o tucano. Segundo a PGR, novos áudios entregues pelos delatores da JBS indicam que o ex-procurador da República atuou na “confecção de propostas de colaboração” do acordo que viria a ser fechado entre os colaboradores e o Ministério Público.
Miguel Haddad
O deputado federal Miguel Haddad (PSDB-SP) é membro titular da comissão, que também tem como objeto de investigação a delação premiada assinada entre os executivos da empresa, com destaque para Joesley Batista, e o Ministério Público Federal.
“Fui vice-presidente da CPI do BNDES. Na ocasião, por inúmeras vezes, tentamos convocar os irmãos Batista para depor sem nenhum sucesso. Houve intervenção de parlamentares e não conseguimos vencer esse obstáculo. Estamos frente a um novo momento, de denúncias gravíssimas, o que amplia a nossa responsabilidade. É essencial que façamos um trabalho rápido, efetivo, para chegarmos a uma conclusão”, destacou Miguel no primeiro encontro da comissão.
Em vídeo divulgado no seu Facebook, o deputado fez um apelo aos seus seguidores. “O meu pedido é para que você, por meio dos instrumentos que tiver nas mãos, possa exigir a presença dos irmãos Batista nesta CPMI.”