Início Bancada Criação de estatal de hidrovia é “chover no molhado”, diz Aloysio

Criação de estatal de hidrovia é “chover no molhado”, diz Aloysio

A criação de uma nova estatal pelo governo da presidente Dilma Rousseff, a Hidrobrás, destinada a cuidar dos portos fluviais, hidrovias e represas do país, foi duramente criticada em Plenário nesta quinta-feira (4) pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP). O senador afirmou que esta será mais uma empresa pública criada no governo do PT mais para acomodar aliados políticos do que para apresentar resultados práticos à população.

O senador considerou a medida “chover no molhado”, uma vez que já existem na estrutura do governo federal três órgãos responsáveis por cuidar de portos e hidrovias: o Ministério dos Transportes, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Não seria, então, por falta de estrutura administrativa que as hidrovias do país estariam sendo mal aproveitadas.

Aloysio lembrou que apenas 10% do total de cargas do Brasil são transportadas por hidrovias – via mais barata e mais amigável ao meio ambiente. Cerca de 60% das cargas são entregues por meio de caminhões.

Também não seria por falta de recursos financeiros que as hidrovias não emplacam no país. O senador ressaltou que nos últimos dois anos estavam previstos na Lei Orçamentária da União para investimentos no setor R$ 837 milhões. Desse montante foram efetivamente aplicados somente 40% do total. Dois projetos importantes de hidrovias, a Tapajós-Teles Pires, ligando o norte do Mato Grosso até Santarém (PA), e a Araguaia-Tocantins, no Centro-Oeste do país, não receberam nenhum centavo em investimentos no governo da presidente Dilma Rousseff. Já a eclusa do Lajeado, no Rio Tocantins, não recebeu nada dos R$ 100 milhões previstos em 2012 para sua conclusão.

– No entanto, agora se cria uma empresa pública para cuidar de hidrovias. É uma mania, uma obsessão do PT, a criação de empresas estatais – reclamou o senador, afirmando que o país já soma 130 estatais, que consomem “uma fábula” de dinheiro público.

Aloysio Nunes enfatizou ainda que, das 12 estatais criadas durante os últimos anos de governo petista, apenas uma consegue gerar alguma receita para ajudar a pagar seus próprios custos: a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás). As demais dependem exclusivamente dos recursos do Tesouro Nacional, como a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, a Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A e a Amazônia Azul Tecnologia de Defesa.

Outras, acrescentou o senador, foram criadas para serem extintas em seguida, como a Empresa do Trem de Alta Velocidade (Etav), criada para administrar o trem-bala e extinta para dar lugar à Empresa de Planejamento e Logística S.A (EPL). Ou a Empresa Brasileira de Legado Esportivo S.A, criada para planejar e executar os Jogos Olímpicos de 2016, e que já consta na lista das empresas a serem extintas pelo governo.

– O único resultado dessas estatais é a criação de emprego para acomodar apaniguados e amigos do PT e de seus aliados. Para o povo brasileiro nada, só prejuízo – lamentou o senador.

Da Liderança do PSDB no Senado

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