Foi aberta na manhã desta segunda-feira, 28, em Ribeirão Preto, a 21ª edição da Agrishow, uma das maiores feiras de tecnologia agrícola do mundo. Perto de 800 expositores, distribuídos em 440 mil metros quadrados, aguardam até sexta-feira mais de 150 mil visitantes para superar o volume de negócios de 2013, da ordem de R$ 2,6 bilhões.
Apesar do otimismo, a maioria dos discursos de abertura da feira ressaltou a crise por que passa o setor sucroalcooleiro. O presidente da Agrishow, Maurílio Biagi Filho, elogiou o agronegócio brasileiro mas não deixou de tocar na crise. “O agronegócio é o único ramo da economia brasileira que vem crescendo continuamente. No setor sucroalcooleiro, no entanto, corremos o risco de ser lembrados como aqueles que fizeram desaparecer a maior e melhor matriz energética limpa do mundo”.
O deputado federal Duarte Nogueira, reclamou da falta de atenção ao setor. “Temos o melhor e mais criativo sistema de energia limpa, mas estamos tratando com pouca inteligência. Haja vista o fechamento de mais de 40 agroindústrias nos últimos anos, onde perdemos também centenas de milhares de postos de trabalho”.
O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, deputado estadual Samuel Moreira, ressaltou a força de São Paulo no segmento sucroalcooleiro. “São Paulo produz 66% do açúcar e 50% do etanol do Brasil. É preciso um olhar mais atento a esta crise, para restabelecer o equilíbrio no mercado”.
Por último falou o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin. Afirmou que, em 30 dias, abrirá licitação para a construção do Museu da Tecnologia Agrícola, a ser instalado no mesmo local onde está a Agrishow. “Foi uma ideia do ex-ministro Roberto Rodrigues; temos R$ 16 milhões para o projeto”. O governador destacou investimentos do Estado em hidrovias, no Ferroanel Norte e no Etanolduto para melhorar o escoamento e comercialização da produção agrícola.
Sobre a crise no etanol, Alckmin disse que São Paulo foi o único Estado a reduzir drasticamente o ICMS do produto. “Reduzimos de 25% para 12%”. E fechou sua fala criticando políticas equivocadas. “Temos políticas que ajudam a alavancar o agronegócio brasileiro, mas também temos políticas equivocadas que proporcionaram crises como a do etanol, a da Petrobras e da energia elétrica. É um absurdo trocar energia limpa, verde e renovável por combustível fóssil. Precisamos buscar, com urgência, soluções para retomar os investimentos e melhorar os resultados do setor sucroalcooleiro”.