A crise econômica e social patrocinada pela gestão da presidente Dilma Rousseff tem vitimado, principalmente, os mais jovens. Entre as 617 mil pessoas que ficaram desempregadas em 2014, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, 75,5% são jovens entre 15 e 24 anos. As informações são de reportagem deste sábado (14/11) do jornal O Globo.
De acordo com a publicação, 466 mil jovens engrossaram as estatísticas de desemprego no país. 29% na faixa etária de 15 a 17 anos procuraram, mas não conseguiram empregos. Para se ter uma ideia, a taxa de desemprego entre jovens com idade entre 18 e 24 anos foi de 15,2% em 2014. No anterior, era de 13,6%.
Outra faceta cruel da crise mostra que a presença desses jovens na escola não tem avançado. Segundo a Pnad, 30% deles não estão estudando. Na maior parte desse contingente, que são os jovens entre 15 e 17 anos, a presença na escola já está estagnada há três anos seguidos, em 84,3%.
Para o ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Sergei Soares, essa é a reação clássica à queda da renda causada pela crise. “Quando o chefe de família perde o emprego ou a renda, outros membros tentam manter o padrão de vida da família. Vimos isso acontecer muito nos anos 1980”, disse ao O Globo.
Ouvida pela reportagem, a economista e doutoranda da USP Solange Ledi Gonçalves, que estuda a vulnerabilidade à pobreza, alertou para a possibilidade de um futuro ainda mais desanimador para os jovens, já que o ajuste fiscal promovido pelo governo federal este ano cortou verbas para o financiamento estudantil.
“A situação vai piorar ainda mais neste ano com o corte em alguns programas de financiamento do ensino superior. Com o mercado ruim, os jovens não vão conseguir emprego por terem menos experiência e formação”, considerou.