Início Notícias do PSDB Declarações de Dilma são estapafúrdias e ofensivas

Declarações de Dilma são estapafúrdias e ofensivas

Para tucanos, ex-ministra demonstra inexperiência política e insensibilidade

Deputado Antonio Carlos Pannunzio Em suas primeiras aparições públicas após ter deixado a Casa Civil, a pré-candidata do PT à Presidência, a ex-ministra Dilma Rousseff, tem revelado sua falta de experiência política e insensibilidade. Num claro desrespeito à democracia e à liberdade de expressão, ela chamou de fugitivos os militantes que se exilaram durante a ditadura militar.

De acordo com o deputado federal Antonio Carlos Pannunzio (SP), ex-líder do PSDB na Câmara, a declaração de Dilma só mostra o despreparo da pré-candidata do PT, pois ela também vociferou que os exilados “desistiram da causa”. “A ministra teve o despropósito de dizer que os que não foram para a luta armada teriam desistido da causa, que matou muitas pessoas de ambos os lados. Essa visão maniqueísta, burra, mostra apenas o despreparo dela, só mostra que ela não aprendeu absolutamente nada”, diz.

Para o senador Alvaro Dias (PR), a pré-candidata governista iniciou sua trajetória pelo País de uma maneira equivocada. “Além das declarações estapafúrdias e insensíveis sobre um fato político de tantos anos, a escolha do tema não é oportuna. Isso só demonstra um despreparo para liderar o País e uma distorção de personalidade”, lamenta o tucano.

Ele acrescenta que a pré-candidata está muito preocupada em olhar pelo retrovisor, enquanto se esquece do presente e do futuro. “Essa postura é ruim para o debate eleitoral. É hora de debater o futuro do país, apresentar propostas”, critica Dias.

Diferente do tom que a pré-candidata do PT quis dar no último sábado, em evento realizado no ABC paulista, vários políticos se exilaram durante a ditadura para evitar a prisão e a morte por crime de opinião. Entre eles, o ex-governador do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, Leonel Brizola, fundador do PDT, partido ao qual Dilma pertencia (1980 a 2001), permaneceu no exílio por uma década.

Ao fazer a afirmativa, que fere tantas famílias brasileiras, Dilma se apropriou de uma expressão usada recentemente pelo general Leônidas Pires Gonçalvez, ex-chefe do DOI-CODI durante o regime de exceção. O general classificou os exilados como fugitivos, pois “ninguém estava sendo preso impunemente”. A história desmente a afirmação.

Ao falar com o jornal Folha de S. Paulo, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), espantou-se com o desrespeito da pré-candidata petista. E ironizou: “Parafraseando o Romário (ex-jogador de futebol), ela calada é uma poeta”. À tarde, no Senado, Virgílio disse que “ela está pagando o preço de nunca ter disputado nada”. E lembrou que a declaração da ex-ministra atinge até os seus companheiros de hoje, como é o caso do ex-ministro José Dirceu que, além de ter saído do País para escapar da morte, na volta, manteve-se na clandestinidade com nome falso e disfarçado.

O desprezo do governo federal com a democracia parece ter virado uma rotina. Em fevereiro, o presidente brasileiro já tinha recusado atender um pedido do dissidente cubano Orlando Zapata Tamayo, morto em conseqüência de uma greve de fome de 85 dias. Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou os presos políticos de Cuba aos criminosos comuns de São Paulo.

Fonte: Agência Tucana

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