Início Bancada Denúncia de “Mensalão 2″ coloca Petrobras nas páginas policiais, lamentam tucanos

Denúncia de “Mensalão 2″ coloca Petrobras nas páginas policiais, lamentam tucanos

14071939021_009dbd0fdf_zO líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), disse nesta segunda-feira (8) que uma organização criminosa se instalou na Petrobras e nela causou prejuízos bilionários e históricos. Afirmou ainda que o PT, célebre por acusar adversários de supostamente pensarem em privatizar a estatal, hoje “joga nas páginas policiais a credibilidade deste símbolo do patriotismo nacional”.

 “Uma rotina que, dado o modus operandi petista, certamente afetou outras empresas estatais, como a Eletrobras, em meio à roubalheira, à incompetência e à gestão temerária e eleitoreira, que verificamos nessa administração federal”, enfatizou.

A edição do fim de semana da revista “Veja” traz alguns nomes de políticos que teriam sido citados pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa durante depoimentos que ele vem prestando após fechar acordo de delação premiada com a Justiça. Costa apontou deputados, senadores, ministros e governadores pertencentes à base governista como os beneficiários de um esquema bilionário montado por ele e pelo doleiro Alberto Youssef que incluía a cobrança de propinas de empresas fornecedoras da companhia.

O líder tucano destacou ainda que há tempos a oposição vem alertando que o mensalão petista não acabou – apenas migrou sua fonte de arrecadação das agências de publicidade para a Petrobras e outras estatais. “O que era uma suspeita se confirmou: iniciados no governo do ex-presidente Lula, os desvios para bancar a permanência desse grupo no poder não apenas continuaram como se tornaram regra na administração Dilma. E se tornaram cada vez maiores”, criticou. Segundo Imbassahy, Dilma tem agora um mensalão para chamar de seu. “É o mensalão 2, o Petrolão do PT.”

CORRUPÇÃO VERTICALIZADA – Para o primeiro vice-líder do PSDB na Câmara, Vanderlei Macris (SP), o PT não consegue governar sem comprar apoios no Congresso. “É uma corrupção verticalizada que o governo adota como norma para poder se manter no poder”, disse o parlamentar. “Fora toda a tragédia da má gestão, a dilapidação do dinheiro público e a destruição das empresas que são patrimônio da sociedade”, acrescentou.

 O Brasil, salientou o parlamentar, está mergulhado num círculo de corrupção, que foi inaugurado no primeiro mandato do presidente Lula e ganhou novas dimensões na gestão de Dilma. “O mensalão era uma fonte de financiamento para manter o Congresso Nacional sob controle do PT”, lembrou Macris. “Na medida em que a fonte do mensalão foi revelada, o PT buscou uma nova alternativa, a Petrobras, uma das empresas mais ricas do mundo e que fecha contratos de grande envergadura. Coube a Paulo Roberto providenciar o financiamento que o PT precisava para manter a base governista sob seu domínio.”

Titular do PSDB na CPI Mista da Petrobras, o deputado Carlos Sampaio (SP) disse ontem, em seu perfil no Facebook,  que vai apresentar na próxima reunião do colegiado, marcada para quarta-feira (10), dois requerimentos relacionados às revelações divulgadas pela “Veja”. O primeiro pede o depoimento de Costa na CPI mista. O segundo solicita que as informações obtidas pela Polícia Federal sejam compartilhadas com os parlamentares. “Vou, mais uma vez, a fundo nas investigações, como fiz nas CPIs do Mensalão e dos Sanguessugas. Chega de bandalheira!”, declarou.

 PARA RECORDAR – O escândalo do mensalão foi denunciado em junho de 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ). O esquema consistia em pagar aos deputados aliados uma quantia em dinheiro – de acordo com Jefferson, R$ 30 mil por mês – para que eles aprovassem as matérias em tramitação no Congresso que fossem a favor do governo Lula. O desfecho do caso ocorreu no ano passado, quando os envolvidos foram encaminhados a presídios para cumprirem suas penas. Entre eles, alguns integrantes da alta cúpula petista, como o ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, e o ex-presidente nacional do PT, José Genoino.

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