Início Bancada Deputados discutem experimentos com animais após resgate de cães do Instituto Royal

Deputados discutem experimentos com animais após resgate de cães do Instituto Royal

Deputados, defensores de animais, cientistas, professores, médicos veterinários, ativistas e representantes da Anvisa e do Instituto Royal participaram de audiência pública na Comissão de Meio Ambiente sobre as denúncias de maus-tratos a animais no município de São Roque, em São Paulo. O debate foi proposto pelo deputado Ricardo Tripoli (SP), que participou do resgate dos cães da raça beagle no instituto. Para o tucano, está claro que os defensores de animais não foram os responsáveis pela depredação do local.

Segundo Tripoli, vandalismo não é o perfil destes ativistas. “São pacifistas. Protetor de animal não tem na índole a figura de depredar patrimônio, muito pelo contrário. São pessoas conscientes que querem saúde e o bem-estar dos animais”, afirmou. O tucano explica que os animais estavam sofrendo em gaiolas suspensas e muita sujeira. Segundo ele, o instituto fazia a incineração de duas toneladas e meia de carcaças por ano, sendo que o peso médio de um cão é de 20kg.

O tucano afirma ter recebido documentação comprovando os maus-tratos aos bichos. “Um documento comprova que eles estavam testando agrotóxicos e depois de 90 dias eles matavam o animal para saber o impacto do produto. Lá tem sala de cirurgia. Sala de cirurgia não é para experimento científico, é para abrir o animal. Essa crueldade já não existe em boa parte do mundo”, criticou.

O deputado Vanderlei Macris (SP) defendeu alteração na legislação para acompanhar as mudanças na sociedade. “Há um processo de avanço no sentido de proteção dos animais. Esse é o foco do problema. A legislação muitas vezes precisa ser modificada porque a sociedade avança no sentido de pensar de maneira diferente sobre os animais”, destacou.

Macris não descarta a possibilidade de os experimentos em animais para o avanço da ciência, desde que não haja sofrimento aos bichos. “Desde que não haja nenhum tipo de crueldade com os animais, eu entendo que a sociedade precisa das pesquisas científicas. Você tem mecanismos capazes de permitir o avanço científico sem que os animais passem por crueldade como muitas vezes vemos em alguns setores”, observou.

Médico veterinário, o deputado Domingos Sávio (MG) não admite maus-tratos. “É inaceitável que uma sociedade de pessoas de bem não respeite os animais. Entendemos que qualquer atitude de maus-tratos, mesmo na área da pesquisa, é inaceitável. Mas outro aspecto igualmente importante é a saúde pública, a saúde dos animais e a saúde dos seres humanos”, ressaltou. Para Sávio, nem os defensores nem os cientistas devem endurecer o discurso. Para ele, é preciso encontrar um meio-termo.

Tripoli é relator da comissão externa que apura as denúncias de maus-tratos a animais no Instituto Royal. Ele acredita que o relatório com a conclusão da investigação deve ser entregue em 30 dias.

Do Portal do PSDB Nacional

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