Deputados do PSDB rebateram nesta quarta-feira (14) declarações da presidente Dilma durante evento da CUT, braço sindical do PT, no qual a petista, em tom autoritário e arrogante, voltou em falar de “golpismo” em curso no Brasil e questionou quem tem “moral” para atacar sua honra. Tucanos lembraram que a maioria da população quer a saída da petista do Planalto e há elementos jurídicos consistentes e respeito à Constituição no processo de impedimento da presidente. Além disso, a presidente está envolvida sim em imoralidades.
Cara de pau
Para o líder tucano na Câmara, Carlos Sampaio (SP), a petista tem “uma cara de pau sem tamanho”. Ele e a população brasileira tem sim moral para questioná-la, segundo o parlamentar. “Lembre-se que foi a senhora, e não nós, quem patrocinou, enquanto presidente e ministra de Minas e Energia, o maior escândalo de corrupção ocorrido na história de nosso país! Imoral, Dilma, é ter suas contas rejeitadas pelo TCU, pela prática de crime de responsabilidade e, em seguida, ir ao STF para tentar impedir que a Câmara vote o seu pedido de impeachment! Imoral, presidente, é mentir à população brasileira e hoje, em razão disso, ter vergonha de sair às ruas”, enumerou em seu perfil no Facebook.
Para o deputado Otavio Leite (RJ), a fala de Dilma diante de sindicalistas aliados ao Planalto é mais uma manifestação da prepotência de governo, ignorando por completo um sentimento “amplamente majoritário no país”. De acordo com o parlamentar, a atual gestão promoveu um verdadeiro estelionato eleitoral, vem cometendo barbaridades desde a reeleição e mentiu para a população.
“Além disso, não oferece perspectivas e não tem autoridade e credibilidade para atrair capital para retomar o desenvolvimento do país”, completou. Segundo ele, o país precisa “desatar este nó”. Otavio Leite espera que Dilma use o pouco tempo que resta a ela à frente do país para fazer o máximo para não afundar a nação ainda mais.
Reprovação e crise
Pesquisa Datafolha divulgada em agosto mostra que 66% do eleitorado defende o impeachment. Ao longo deste ano, o país vem atravessando uma crise política, econômica e moral, enquanto a petista amarga reprovação recorde de popularidade, em mais uma comprovação de como sua moral anda baixa.
Para piorar sua situação, Dilma teve as contas de 2014 rejeitadas por unanimidade pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na semana passada. Além disso, o TSE acatou o andamento de uma investigação pedida pelo PSDB por abuso de poder político e econômico na campanha do ano passado, o que pode resultar na cassação da chapa encabeçada por ela. Além disso, a Operação Lava-Jato vem revelando um verdadeiro escândalo envolvendo a Petrobras.
Na próxima sexta-feira (16), um novo pedido de impeachment será protocolado diante das liminares concedidas na terça pelo STF sobre o rito estabelecido pelo presidente da Câmara referente ao tema. “Vamos seguir em frente com nosso propósito de afastar este governo corrupto e incompetente”, destacou o líder tucano na Câmara, Carlos Sampaio (SP).
Por meio das redes sociais, o deputado Marcus Pestana (MG) também questionou a fala de Dilma. “Alienação, cinismo, hipocrisia? Quem são Dilma e o PT para, diante do maior escândalo da história, falarem em moral?”. Já o deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) disse que não há qualquer golpe. “Queremos é o fortalecimento da democracia. E, para isso, é preciso cumprir a Constituição, algo que a presidente vem desrespeitando”, afirmou. Para ele, a petista deveria ter mais responsabilidade para o que afirma, até para não gerar mais instabilidade. “Neste evento da CUT, ela perdeu a oportunidade de apresentar uma proposta para o país”, completou.
Do PSDB na Câmara