Os deputados federais do PSDB Marco Tebaldi (SC) e Raimundo Gomes de Matos (CE) recordaram nesta terça-feira (2) promessas e objetivos contidos na mensagem presidencial de Dilma Rousseff lida durante a abertura ano legislativo no Congresso Nacional há um ano. Os tucanos chamam atenção para o enorme abismo que separa a retórica do texto da realidade enfrentada pelos brasileiros ao longo de 2015. Para eles, o texto não passou de factoide, já que o compromisso com a economia e a “Pátria Educadora”, assim como tantos outros, ficaram apenas no papel.
Sem credibilidade
Ao contrário do que Dilma pregou na carta, lida no ano passado pelo então ministro da Casa Civil, Aloísio Mercadante, o país andou para trás na economia, a inflação estourou e a recessão se tornou real. Os programas educacionais passarem por imensas turbulências e os recursos para a área foram cortados. De acordo com os deputados, é difícil que a população acredite no conteúdo da mensagem de 2016. “A presidente não tem mais credibilidade”, aponta Gomes de Matos.
Já no início do documento, a petista dizia, por exemplo: “Manteremos o controle da inflação como prioridade da gestão macroeconômica”. Ao longo do ano, a “diretriz” foi descumprida, pois o índice ultrapassou os 10%, bem acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central. “Não promoveremos recessão e retrocessos”, dizia outro trecho da mensagem de Dilma em 2015. Foi exatamente o que não aconteceu ano passado, quando o país pagou caro pelos erros da gestão petista na economia.
“Temos uma recessão profunda e ninguém mais acredita nela. Cometeu um estelionato eleitoral e agora comete um estelionato presidencial. Além de mentir na campanha, mente durante o mandato. Essas mensagens são peças fictícias, de marketing”, aponta Tebaldi.
Em outro trecho, a petista ressalta a importância da manutenção das contas públicas em ordem, enquanto seu governo patrocinou um bilionário rombo no Orçamento – o maior da história. Em 2015, as contas públicas apresentaram um déficit primário (gastos maiores que as receitas, sem a inclusão dos juros da dívida) de R$ 111,24 bilhões, ou 1,88% do Produto Interno Bruto (PIB). Até então, o pior resultado para um ano fechado havia sido registrado em 2014 (-R$ 32,53 bilhões, ou 0,57% do PIB).
Dilma prometeu ainda manter os empregos. No entanto, no ano passado mais de 1,5 milhão de vagas de emprego com carteira assinada foram varridas do mapa. “Sua promessas são factoides, nunca se concretizam, suas mensagens apresentadas ao Congresso não foram cumpridas e nem seu slogan é real”, destaca Gomes de Matos.
Pátria Educadora?
“Nossa grande prioridade será fazer do Brasil uma Pátria Educadora”, alardeava Dilma. Porém, ao invés de metas de avanços e melhorias, o que o país viveu foi um ano de acúmulo de problemas e cortes em programas como Fies e Pronatec, greve nas federais, baixos indicadores educacionais na alfabetização de crianças até o terceiro ano do fundamental público, séries finais do fundamental, ensino médio, entre outros graves problemas.
Os tucanos questionam o porquê dos bilionários cortes orçamentários e de tantas baixas na educação se essa era uma área considerada prioritária no discurso oficial.
“A Pátria Educadora se tornou, na verdade, um retrocesso. As universidades estão com dificuldades de verbas, a qualidade da educação tem caído e os investimentos do FIES foram reduzidos. Há uma grande diferença entre o que ela fala, inclusive nessas mensagens, e a realidade. Isso foi, na verdade, uma tentativa de mascarar o quadro do país. A presidente só tem uma proposta para a nação, que é a de aumentar impostos, inclusive com a volta da CPMF. Mas isso não resolve os problemas nacionais”, concluiu Gomes de Matos.
Do Portal do PSDB na Câmara