Celebramos hoje, em todo o mundo, um dos dias mais importantes do calendário da cidadania: o Dia Internacional de Combate à Corrupção.
No dia 09 de dezembro de 2003, as Nações Unidas assinaram a “Convenção contra a Corrupção”, uma carta de princípios que estimula todos os países do mundo a combaterem essa prática que dilapida não só o patrimônio de uma nação, bem como a dignidade de seus cidadãos.
Dentre tantos dados a serem melhorados na gestão pública, não tenho dúvidas de que a extirpação da corrupção deva ser um dos principais.
Esvaem-se pelo ralos da corrupção, nada menos do que aproximadamente R$ 70 bilhões ao ano. A renda per capita do país, por exemplo, poderia ser de US$ 9 mil, 15,5% mais elevada que o nível atual.
Segundo dados de 2008, o custo médio anual da corrupção no Brasil representa de 1,38% a 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
Entre 180 países, o Brasil está na 75ª colocação, no ranking da corrupção elaborado pela Transparência Internacional.
Numa escala de 0 a 10, sendo que números mais altos representam países menos corruptos, o Brasil tem nota 3,7 (a média mundial é 4,03 pontos).
Segundo o Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), se o dinheiro perdido no ralo da corrupção fosse investido em setores fundamentais, geraria os seguintes benefícios:
Educação – O número de matriculados na rede pública do ensino fundamental saltaria de 34,5 milhões para 51 milhões de alunos. Um aumento de 47,%, que incluiria mais de 16 milhões de jovens e crianças.
Saúde – Nos hospitais públicos do SUS, a quantidade de leitos para internação, que hoje é de 367.397, poderia crescer 89%, que significariam 327.012 leitos a mais para os pacientes.
Habitação – O número de moradias populares cresceria consideravelmente, superando a meta estabelecida pelo governo federal em 74,3%.
Infraestrutura – Os 2.518 km de ferrovias, conforme as metas do PAC, seriam acrescidos de 13.230 km, aumento de 525% para escoamento de produção. Os portos também sentiriam a diferença, os 12 que o País possui poderiam saltar para 184, um incremento de 1537%. Além disso, o montante absorvido pela corrupção poderia ser utilizado para a construção de 277 novos aeroportos, um crescimento de 1383%.
Neste ano, como presidente reeleito do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, organizei e convoquei um encontro com o tema “Integridade X Corrupção”, onde discutimos os números da corrupção no Brasil e apresentamos soluções tanto para o combate direto quanto para a prevenção da corrupção em nosso país.
Aprendi a máxima de que “o maior castigo para quem não gosta de política é ser governado pelos que gostam”, mesmo que os que gostem, não sejam dignos de ocuparem as posições que ocupam.
Um dos maiores erros ao nos afastarmos de temas importantes para a vida, sendo a política um deles, é deixar que pessoas que não são corretas, se apossem de sua discussão.
Assim, que o dia de hoje nos incentive a combatermos todo tipo de corrupção, das mais cotidianas às mais crônicas, de forma que todo nosso patrimônio pessoal, social e econômico não sofram a corrosão desse mal.
Hélio Nishimoto – deputado estadual
REFERÊNCIAS
- Relatório da FIESP 2012;
- Congresso em Foco (jornalismo político);
- Portal PUC Rio de Janeiro.