Não bastasse a falta suporte do governo federal e a grave crise que temos combatido intensamente na Câmara dos Deputados, o setor têxtil brasileiro sofreu mais um duro golpe assinado pela presidente Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT).
Em medida tomada recentemente, a presidente da República excluiu o setor do favorecido grupo de segmentos da economia que terão aumento menor de impostos no processo de reoneração da folha de pagamento.
Em decisão publicada no Diário Oficial da União de segunda-feira (31/08), a presidente Dilma demonstrou não ter nenhum apreço pelo segundo maior empregador do país, e simplesmente vetou uma alíquota diferenciada de 1,5% para o recolhimento de impostos sobre a folha de pagamento do setor. Agora, a alíquota que incidirá sobre as empresas do segmento passa de 1,0% para 2,5.
A taxação diferenciada, que através de uma luta que tivemos foi incluída na proposta original do governo, seria fundamental para essa categoria que é altamente empregadora em toda a sua cadeia, beneficiando em sua grande parte as mulheres, mães de família e que muitas vezes representam o sustento de suas casas. Mas a sua manutenção foi negada pela presidente Dilma.
Infelizmente, há tempos a indústria têxtil e de confecção vêm sofrendo com a falta de políticas sérias de valorização à produção nacional e combate a falta de competitividade com produtos asiáticos. Esse cenário já registrou diversas demissões.
Segundo a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), a decisão da presidente Dilma de excluir o setor têxtil do grupo beneficiado com menor aumento de impostos pode afetar 28 mil confecções no país e fazer com que as demissões, que eram previstas em 100 mil, ultrapasse esse número.
Ainda de acordo com a Abit, nos primeiros meses deste ano o setor já fechou 24 mil postos de trabalho. Somente em São Paulo, responsável por 30% da produção nacional, dados do Sinditêxtil (Sindicato das Indústrias Têxteis) apontam 10.119 demissões. Um resultado bastante negativo e contraditório num país governado por um partido que se diz do trabalhador.
Lamentavelmente, todo o esforço parlamentar e dos representantes do setor para garantir um fôlego mínimo ao setor têxtil foi arruinado pelo veto 38 da presidente Dilma, que, em uma ação surpreendente, manteve a desoneração para outros setores, vetando apenas para o têxtil.
Contudo, não iremos descansar. Não será fácil, mas já estamos trabalhando para derrubar esse veto. A nossa oposição é contra esse tipo de desmando que afeta diretamente as famílias do país. A nossa oposição é em favor do Brasil e de todos os brasileiros.