A presidente Dilma Rousseff vetou, nesta quarta-feira (24), proposta do PSDB que criava um plano de carreira para os profissionais do programa “Mais Médicos”, do governo federal.
A petista alegou que a medida contrariava o orçamento jurídico brasileiro.
A decisão da presidente contrariou acordo aprovado no Congresso.
Para o líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio, ao vetar, o executivo federal sinaliza que não tem interesse em estabelecer uma carreira médica no país.
“O governo fez uma verdadeira ginástica para tentar justificar que a emenda é inconstitucional. No entanto, só a vetou porque ela não é de interesse do governo. Ou seja, entre o interesse público e o do seu governo, a presidente Dilma optou pelo segundo. Isso é inaceitável.”
Na opinião do deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB-MG), a sugestão tucana proporcionaria uma reforma estruturante no setor, estimulando mais profissionais a participarem do programa.
“Isso mostra que o governo quer precarizar a relação de trabalho dos profissionais de saúde. E quer isso, principalmente, por razões ideológicas. Prefere manter acordos rápidos bilaterais a desenvolver uma estrutura qualificada”, afirmou.
Para o deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), com esse ato, a presidente também atingiu a competência do Conselho Federal de Medicina (CFM).
“É triste ver um partido que se intitula como ‘dos Trabalhadores’ desprestigiar uma categoria profissional. E logo no momento atual, em que mais precisamos fortalecer os recursos humanos, proporcionando planos de carreira e remuneração adequada”, observou.
Os parlamentares destacaram que o atendimento àqueles que mais precisam do Sistema Único de Saúde (SUS) seria fortalecido caso não tivesse ocorrido o veto.
Gomes de Matos avalia que Dilma agiu de modo ditatorial: “Mais uma vez, ela quebra acordo e mostra falta de preocupação em conversar com a população.”