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Dilma e a honra perdida

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POR ALBERTO GOLDMAN 

Dilma discursou perante o Congresso Nacional da CUT (cujo presidente convocou seus liderados, em pleno Palácio do Planalto, a defender a manutenção de Dilma no poder “entricheirados e com armas nas mãos” – veja o vídeo). Disse que seus adversários tentam construir artificialmente o seu impedimento por meio de um golpismo escancarado: “eu me insurjo contra o golpismo e suas ações conspiratórias. Pergunto com toda a franqueza quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa suficiente para atacar a minha honra? ”

Vamos por partes. O que é a honra? Honra é um conceito, não é algo material. É um sentimento que leva o Homem a procurar merecer e manter a consideração pública. A honra está intimamente ligada ao respeito. Perde-se a honra quando se perde o respeito dos demais cidadãos.

A honra não se confunde com a honestidade. Esta se refere à posse legal e legítima de bens materiais. A honra é patrimônio imaterial.

Não se põe em dúvida a honestidade de Dilma Rousseff. Nada consta de que ela possa ter aumentado o seu patrimônio material, ou de sua família. Ser honesto é parte da característica da honra, mas não é o todo.

No entanto, são milhões de pessoas, desde as camadas mais eruditas até as mais humildes em nosso país, que têm força moral, reputação ilibada e biografia limpa, e que deixaram de ver em nossa presidente uma pessoa honrada. Dentre eles os dois juristas, Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr, que apresentaram ao Congresso o pedido de impeachment.

Ela perdeu a credibilidade e o respeito de seu povo, deixou de ter a devida consideração pública e é vista como complacente e conivente com atos de corrupção de seus subordinados em vários setores da administração pública, seja como Ministra, seja como Presidente, além de ter praticado atos que por si só constituem ilegalidades formais no exercício de suas funções. Os fatos estão por aí, escancarados, mostrando o grau de sua responsabilidade.

Aí está a honra perdida.

Dilma chegou a acusar os seus opositores de praticarem o “golpismo democrático”, um expressão do neologismo com o qual costuma nos brindar, motivo de chacota de toda a Nação.

Não existem ações conspiratórias, tudo que se faz é à luz do dia. Nem golpismo, já que a lei e a Constituição são respeitadas, sob o controle do Poder Judiciário.

Golpismo existiu, sim, durante o processo eleitoral, exercido por ela e seu partido, contra todos os princípios morais e democráticos. Aliás, é pela falta do cumprimento desses que ela se vê hoje repudiada pelo povo brasileiro.

Dilma não está só.  Ao seu lado o que restou no século XXI das concepções sectárias que admitem o autoritarismo, a corrupção e a fantasia dos fins meritórios, a nova sociedade sem classes, para justificar os meios condenáveis, que ainda atraem humildes e honestos cidadãos.

Nessa última categoria –  humildes e honestos – não se encontra o suporte maior da presidente: o ex-presidente Lula. Este justifica todo e qualquer ato ilícito pelo objetivo maior de atender às demandas do povo. Proclama que atos ilícitos foram cometidos por Dilma para melhorar a vida do povo. Não se diferencia, nesse quesito, dos diversos ditadores que já passaram pelo mundo causando a infelicidade de Nações e a morte de milhões de pessoas.

Lula, como os demais líderes do mundo que causaram tantas desgraças, encobre com suas palavras destinadas ao povo, o seu objetivo único: a manutenção do poder. Sua máscara vai caindo, pouco a pouco, e nada restará do homem em quem milhões depositaram as suas esperanças. Está em seus estertores, e vai ficar, na história mundial, como todos os que agiram da mesma forma.

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