“Segredo de polichinelo, não é preciso que ninguém venha nos dizer a razão do cancelamento dessa prestação televisiva programada. É o medo do panelaço que tem saudado os pronunciamentos da presidente a cada vez que se sabe que ela vai ocupar as redes de televisão”. Foi assim que reagiu o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) à notícia segundo a qual Dilma Rousseff não irá falar aos brasileiros em 1º de maio. “Desta vez, as panelas serão poupadas”. ironizou.
Para o tucano, panelaço é desagradável, vaia é ruim, mas quem exerce cargo público tem que se submeter a isso com coragem e enfrentar, se há algo a dizer no Dia do Trabalho. Porém, isso não é possível. “Ela vai dizer o quê?: ‘olha, aumentou o desemprego no Brasil’. Aumentou. Os dados desta semana mostram que o nível de desemprego de março aumentou para 6,2%. Entre os jovens, entre 17 e 24 anos, a taxa ultrapassa os 15%”.
Esse é o problema do governo: não ter o que dizer.
Da tribuna do Senado, Aloysio Nunes afirmou:
“Quem fala é o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que é um superministro hoje. Quem diz, e nem sempre o faz em voz alta, é o vice-presidente da República, Michel Temer, que parece que foi encarregado por Dilma a operar o balcão de acordos políticos, fisiológicos, para acomodar uma base cada vez mais rebelde. Um vice que se permitiu ligar para um Senador para pedir a ele que retirasse uma assinatura da CPI dos Fundos de Pensão, e recebeu um não, um redondo não desse senador”.
E concluiu:
“Por isso, Dilma, as panelas serão poupadas, mas, seguramente, haverá outras formas de manifestação, porque o copo de mágoa está muito prestes a transbordar, se é que já não transbordou.”, avisou.