Não param de surgir provas do verdadeiro estelionato eleitoral protagonizado por Dilma Rousseff. Segundo reportagem publicada nesta segunda-feira (26) pelo jornal “Folha de S.Paulo”, as alterações das regras para a concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários, anunciadas no fim do mês passado como uma das medidas para reduzir as despesas públicas, foram decididas pelo governo petista antes da eleição. Mas enquanto rodava o Brasil atrás de votos em 2014, a presidente-candidata negava com veemência que faria mudanças.
A denúncia, disse o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), comprova que a disputa presidencial de 2014 foi uma fraude do começo ao fim. De acordo com ele, Dilma poderia ser enquadrada no Procon por crime contra o consumidor. “Inclusive, o publicitário dela poderia ser enquadrado no crime contra o consumidor, que é o eleitor, o cidadão e contribuinte. O eleitor também é um consumidor. No caso, ele analisa propostas e decide seu voto em cima do que foi apresentado por meio do rádio, televisão e propaganda escrita dos candidatos”, afirmou nesta segunda-feira (26).
Pelo Facebook, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), declarou que a revelação da “Folha” comprova que “a população foi enganada e que a candidata sabia que estava mentindo quando disse que não mexeria nos direitos trabalhistas nem que a vaca tussa”. Procurado pelo jornal paulista para dar explicações, o Palácio do Planalto optou pelo silêncio.
Milagre
Disposta a conquistar votos a qualquer custo, Dilma apelou para essa expressão popular em 17 de setembro, quando visitou Campinas (SP). Além de criticar os adversários, ela garantiu que sequer pensava em mudanças nas leis trabalhistas. “Nem que a vaca tussa”, cravou, ressaltando que jamais mexeria em direitos assegurados desde a era de Getúlio Vargas.
Dilma poderia ser enquadrada no Procon por crime contra o consumidor, avalia Hauly.
O PT aproveitou a tirada incomum da presidente e a transformou em um dos slogans da campanha, mesmo sabendo que não passava de uma frase de efeito para calar concorrentes e somar mais algumas adesões.
Fechadas as urnas, Dilma não esperou a posse do segundo mandato e operou o milagre de fazer uma vaca tossir. Em novembro, o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o governo promoveria a diminuição dos subsídios ao crédito privado via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os cortes, disse o petista, também afetariam benefícios como seguro-desemprego, abono salarial e auxílio-doença. Pouco mais de um mês depois, em 29 de dezembro, o governo anunciou regras mais rígidas para concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários. Entre elas, a ampliação do tempo de carência (período aquisitivo) do seguro-desemprego e do abono salarial.