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Dilma vai atuar na campanha

A presidente Dilma Rousseff mudou de posição, admitindo agora participar da campanha eleitoral em favor dos candidatos a prefeito e vereador do PT. Já solicitou aos seus assessores informações detalhadas sobre a legislação eleitoral e a maneira como o partido vai ressarcir os custos de suas viagens eleitorais aos diferentes estados do país. Antes, ela não simpatizava com a ideia de subir aos palanques, mas acabou alterando a sua postura. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, conduz pessoalmente a negociação com Dilma de modo a garantir a sua presença na campanha eleitoral do partido. Pelas conversas que já manteve com a presidente, ele concluiu que Dilma pretende participar de concentrações apenas nos chamados municípios estratégicos. Quanto às despesas desses deslocamentos, que têm de ser feitas, a direção do PT pretende sugerir a mesma orientação que prevaleceu sob Lula. Quando qualquer viagem presidencial estiver relacionada à campanha eleitoral, o PT devolverá ao Tesouro o combustível gasto no avião. Já as demais despesas, como, por exemplo, a segurança pessoal da presidente, a cúpula do PT acha que deve ser custeada pelos contribuintes.

Dilma vai a Recife algumas vezes

Na última quinta-feira, Rui Falcão manteve uma reunião com o senador Humberto Campos, que é o candidato do PT a prefeito de Recife. A capital pernambucana é não só uma prioridade do PT mas, também, da presidente Dilma, em face de sua importância social e política na região nordestina. Suspeita-se que, em Pernambuco, o governador Eduardo Campos, que é o presidente nacional do PSB, associado à coligação comandada pelo PT no plano federal, alimenta a ideia de ser uma alternativa em matéria de candidatura presidencial nas eleições de 2014. Eduardo rompeu com o PT, em Recife, lançando a candidatura de Geraldo Júlio a prefeito de Recife. Falcão comunicou a Humberto Campos e ao candidato a vice-prefeito em sua chapa, o deputado petista João Paulo, que Recife é uma das capitais em que Dilma pretende comparecer algumas vezes, durante a campanha eleitoral. Ela não disse quando vai passar ali, mas o PT espera que seja no primeiro turno. Estarão participando da campanha em Recife três ministros do PT: Aloizio Mercadante (Educação), Alexandre Padilha (saude) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social), gestora do eleitoral programa Bolsa Família.

A ação dos ministros

Por orientação da própria Dilma, os ministros farão campanha somente nos finais de semana e em horários noturnos, fora, portanto, do expediente. Caberá ao PT financiar as viagens, não ao Tesouro Nacional. Além de Recife, as demais cidades estratégicas, segundo critério estabelecido pela cúpula do PT, são Belo Horizonte, cujo postulante é o petista Patrus Ananias, e São Paulo, com a candidatura de Fernando Haddad, apresentado, pessoalmente, pelo próprio ex-presidente Lula.

Em BH, há outro projeto presidencial

Associando-os aos seus candidatos, o PT pretende deixar claro ao eleitorado que, uma vez eleitos, farão as mudanças no figurino do partido. Por ordem de Dilma, os ministros farão campanha nos finais de semana e em horários noturnos, fora do expediente. O partido financiará as viagens. Claro que as seções petistas de São Paulo e Minas Gerais estão empenhadas em levar a presidente Dilma às duas capitais durante a campanha. É notório que existe outro projeto presidencial importante em ação na capital mineira — o do ex-governador e atual senador Aécio Neves, do PSDB, que está apoiando o candidato do PSB a prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda. O PT acabou rompendo a aliança que mantinha com o PSB em torno da de Lacerda para lançar Patrus Ananias. Em São Paulo, existe a antiga rivalidade do PT com o PSDB, que tem como candidato um antigo adversário dos petistas, José Serra, candidato a prefeito, de novo.

Teoria e prática

A presidente Dilma advertira o vice-presidente Michel Temer, do PMDB, no final do ano passado, que, nas cidades onde houvesse mais de um candidato governista ela não se intrometeria. Em declaração que fez no dia 3 de julho passado, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que é a coordenadora política do governo, deixara claro que Dilma não se intrometeria na campanha eleitoral.

“A presidente não tem intenção de se envolver (nas campanhas). Dilma tem dito reiteradamente que a melhor maneira de ela ajudar nas eleições é o Brasil continuar bem. Esta é a prioridade”  —  foi a declaração formulada pela ministra Ideli Salvatti. Mas, na prática, a coisa tem sido diferente. Dilma atuou em Recife, em São Paulo e em Belo Horizonte. No caso de São Paulo, deu uma secretaria do Ministério das Cidades a um apadrinhado de Paulo Maluf.

 

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