(Com informações do Broadcast Político)
O presidente estadual do PSDB-SP, deputado Duarte Nogueira, em entrevista exclusiva ao Broadcast Político, falou sobre as estratégias do partido para as eleições de 2014.
Os tucanos, segundo Nogueira, devem apostar nas realizações de cinco gestões para tentar continuar no comando do Palácio dos Bandeirantes. “Nós vamos ter a humildade de ver onde podemos melhorar e apresentar um plano de governo à altura da expectativa dos paulistas na recandidatura do governador Geraldo Alckmin”, disse. A seguir, leia os principais trechos da entrevista ao repórter Gustavo Porto.
Broadcast Político – Qual o impacto que as recentes manifestações podem provocar nas eleições para governador em 2014?
Duarte Nogueira – Os protestos ocorridos em todo o Brasil mostram que a população não aceita mais respostas prontas para os problemas do País. As pessoas querem mais que promessas, querem propostas factíveis, querem ações efetivas. Essa nova geração, que conseguiu levar para as ruas as gerações anteriores, nasceu em um Brasil pós-Plano Real, no qual a inflação não era mais uma preocupação e onde houve uma expressiva melhora da condição econômica e social das famílias, mas sem que os serviços públicos acompanhassem essas mudanças. Será preciso haver uma sintonia muito fina entre as aspirações da população e as propostas apresentadas durante a campanha eleitoral. Hoje, a população sente que não há essa sintonia. Além de se indignar com a corrupção, ela não se sente representada. Levando em consideração os aspectos das redes sociais e a tecnologia, a sociedade brasileira já é digital e o Estado brasileiro ainda está analógico.
BP – Quais as chances do PT/PSDB nas eleições para o governo do Estado em 2014 e qual a linha de ação do partido?
Duarte Nogueira – O PSDB terá completado, em 2015, cinco gestões muito bem avaliadas à frente do Governo de São Paulo, demonstrando uma capacidade imensa de superação. Em 1995, quando o governador Mario Covas assumiu seu mandato, São Paulo era um Estado quebrado, falido, sem dinheiro nem para pagar o funcionalismo. Desde então, São Paulo passou por uma verdadeira transformação. Hoje temos uma economia pulsante, com investimentos importantes para a modernização de sua infraestrutura, mas também voltados à melhoria da qualidade de vida. Somente na saúde entregamos 32 hospitais, ampliando a rede em 62% desde 1995 e entregando 6 mil leitos novos à população. Claro que é sempre um grande desafio administrar um Estado com a grandeza de São Paulo. E nós vamos ter a humildade de ver onde podemos melhorar e apresentar um plano de governo à altura da expectativa dos paulistas na recandidatura do governador Geraldo Alckmin.
BP – Quais os maiores cabos eleitorais do PSDB/PT para as eleições ao governo do Estado de São Paulo?
Duarte Nogueira – O melhor cabo eleitoral que um candidato pode ter é seu trabalho. E é assim que vamos nos apresentar em 2014, por meio dos nossos projetos e programas à frente do Governo de São Paulo, das vitrines da gestão do PSDB e da qualidade desta gestão, da melhoria dos indicadores sociais e da qualidade de vida das pessoas. Queremos ter ao nosso lado pessoas e partidos diferentes, mas que tenham afinidade com nossos objetivos, ou seja, que queiram trabalhar no projeto de melhorar ainda mais a vida dos paulistas nos quatro anos após as eleições. Para isso, precisamos fazer alianças com partidos que aceitem o desafio de caminhar conosco neste projeto contínuo de aprimoramento do Estado.
BP – Capital e Região Metropolitana de São Paulo, ou interior paulista? Qual é a aposta do PT/PSDB para angariar votos?
Duarte Nogueira – Cada região do Estado merece do governo uma atenção diferenciada. Os desafios da região metropolitana e da capital não são, necessariamente, os mesmos do interior, até pela peculiaridade de cada região, suas demandas, seus indicadores socioeconômicos. Na eleição também é assim, cada região do Estado terá de nós uma atenção especial e voltada às suas necessidades. Teremos oportunidade de apresentar isso de maneira interessante quando ocorrerão as inserções do partido no rádio e na TV. Serão veiculadas dez inserções regionalizadas nas quais mostraremos os projetos do PSDB para cada localidade e os resultados positivos de cada um deles.
BP – Na avaliação dos senhores, como o PSD e o vice-governador e ministro da Secretaria de Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, devem se posicionar em 2014: apoiar o PSDB de Alckmin, o PT de Dilma ou ter uma candidatura própria?
Duarte Nogueira – Falo pelo PSDB. O PSD tem seus próprios representantes e eles é que devem se manifestar sobre isso.
BP – A queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff e a relação direta dessa baixa com a inflação podem prejudicar os planos de reeleição da presidente e comprometer a campanha do PT ao governo de São Paulo, levando em conta a avaliação de economistas que a crise na economia tende a se ampliar e poderá contaminar os ganhos que as classes menos favorecidas tiveram, sobretudo, nos dois governos do ex-presidente Lula? A queda da popularidade de Dilma pode ajudar o PSDB nas eleições presidenciais?
Duarte Nogueira – O PSDB governou o Brasil por oito anos com o presidente Fernando Henrique Cardoso e, neste período, implantamos o Plano Real, criamos a Lei de Responsabilidade Fiscal, fizemos as privatizações e consolidamos um sistema econômico calcado no superávit primário, no controle da inflação e no câmbio flutuante. Enfrentamos cinco grandes crises econômicas neste período sem perder o rumo de onde queríamos chegar e, ao final do governo FHC, entregamos à população um Brasil novo. O PT recebeu, ao assumir a Presidência, um país muito melhor. E o que estão fazendo? Estão acabando com a herança bendita – as contas públicas estão se deteriorando, a economia não cresce e a inflação voltou para valer, penalizando principalmente as pessoas mais pobres. Os brasileiros já percebem mais claramente que há, no governo federal, fadiga de material, um esgotamento da capacidade de oferecer algo melhor ao País. O PSDB vai apresentar no ano que vem, com seu candidato à Presidência, um programa que demonstre de forma clara como superar esses problemas criados nesses dez anos de gestão petistas e mostrar que é possível crescer mais e construir um País melhor.